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Quase 60% têm dificuldade para pagar as contas na região

O aposentado Jacildo Pires, 72 anos, morador do Bairro Aliança, em Santa Cruz do Sul, sabe bem como é chegar no fim do mês e faltar dinheiro para pagar água, luz e outras despesas fixas da casa. Já houve até mês em que ele recorreu ao limite de crédito do cartão para liquidar a fatura da energia elétrica, evitando o constrangimento e o corte da luz. 

Pires não sabe, mas faz parte de uma maioria apontada pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), de Porto Alegre. O levantamento feito entre o fim de agosto e início de setembro deste ano revelou que em Santa Cruz, Venâncio Aires, Lajeado e Cachoeira do Sul, o percentual de consumidores com dificuldade de pagar as contas básicas do mês foi de 56,6%.

“Meu neto mora conosco e sempre a gente precisa chamar atenção para que ele desligue o chuveiro”, conta Pires. Segundo ele, a fatura que mais pesa no custo fixo do mês é a energia elétrica. Por isso, quando o assunto é banho, sempre é preciso economizar. 

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As palavras de seu Pires são repetidas pelo economista Heron Sérgio Moreira Begnis. Segundo ele, a crise econômica contribuiu para a inadimplência, mas a organização das finanças pessoais também é aliada quando o assunto é quitar contas em dia. “É preciso que se faça uma previsão de gastos para evitar o endividamento.”
Begnis explica que quando o grau de endividamento chega a níveis muito altos, quando os rendimentos ficam muito abaixo das despesas, devedores optam por atrasar taxas de serviço como energia, água ou internet. “Essas despesas não têm juros, quando pagas em atraso. Além disso, é mais fácil negociar com o fornecedor, evitando o corte e programando a quitação.”

Índices

  • 65,8% dos gaúchos admitem estar com dificuldade de pagar as contas fixas do mês.
  • 32,7% dos consumidores em Santa Cruz, Venâncio, Cachoeira e Lajeado dizem ter dificuldade desde o ano passado.
  • 72,5% em Caxias do Sul e municípios da Serra têm problemas para pagar as contas, o maior percentual do RS.

O Instituto Pesquisas de Opinião ouviu 1,5 mil pessoas, consideradas economicamente ativas, entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro. A pesquisa foi realizada a partir da observação de outros estudos feitos pelo instituto, que sinalizavam um endividamento maior da população do Estado.

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Região tem o melhor desempenho

A gerente de pesquisas do IPO, Gisele Rodrigues, explica que, das sete regiões pesquisadas, a Centro-oriental – onde está Santa Cruz do Sul – tem o menor índice do Estado. 

Segundo o IPO, Santa Cruz tem o menor volume de pessoas com problemas para fechar o orçamento do mês. “Ainda assim, mais de metade estão com mais dificuldade para pagar as contas fixas. Se comparar com o ano passado, o percentual é bem maior”, avalia.

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