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Quaresma é tempo de lembrar do amor de Deus e testemunhar a fé

Desta quarta-feira, 14, até o domingo de Páscoa, celebrado neste ano em 1º de abril, cristãos do mundo todo são chamados à se reconciliar com Deus, pedir perdão pelas faltas e promover a caridade. É durante a Quaresma, que é considerado um dos períodos mais importantes dentro da fé católica, que os fiéis devem participar mais ativamente da vida em comunidade, respeitando as tradições e rituais secularizados pela Igreja. 

Na Quarta-Feira de Cinzas mesmo, o recomendado é não comer carne vermelha durante as refeições. “Isso faz parte de um sacrifício que fazemos por Deus, por conta do amor Dele por nós”, explica a aposentada Cacilda Piazera. Aos 85 anos, a catarinense que adotou Santa Cruz do Sul há mais de 30 anos dedica-se a ajudar o próximo e a ensinar. Como na Sexta-Feira Santa, esta quarta é dia de peixe. 

Além do sacrifício na Quaresma, dona Cacilda toda semana tira um tempo para visitar os doentes no Hospital Santa Cruz. Cada ida à casa de saúde leva em média três horas, e é o tempo em que ela coloca em prática tudo aquilo que aprendeu como devota: aconselha, ouve e abençoa quem precisa. 

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A aposentada vive a Quaresma o ano todo. Ela testemunha com sua fé aquilo que reza a tradição e aceita com fervor os acontecimentos do cotidiano. “Eu perdi meu marido e meu único filho há muito tempo. Vim para Santa Cruz para ficar com um irmão, que morreu nos meus braços. Deus sabe o que faz, e a gente tem que aprender a respeitar”, destaca.

Oração, jejum e sacrifício

A preparação para a Páscoa, segundo dona Cacilda, recomenda a oração, o jejum e o sacrifício. Durante os próximos 40 dias, o correto é não tomar nem café da manhã. “Se faz um lanchinho: ao invés de duas fatias de pão, se come apenas uma”, ensina. 

Porém, como em toda regra existe a exceção, há também uma alternativa ao jejum da manhã. A própria aposentada revela que por orientação médica não pode ficar sem seu café da manhã. “Então eu deixo de tomar um sorvete, ou beber um refrigerante. É o meu sacrifício para Deus, já que eu não posso ficar em jejum.”

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E por falar em comida, não é só na Sexta-feira Santa que o consumo de carne vermelha deve ser evitado. Nas próximas semanas, a tradição ensina que em todas as sextas-feiras a carne seja evitada, sendo substituída por peixe. “Mas não pode ser um banquete de frutos do mar. Tem gente que confunde a Sexta-feira Santa com um dia de festa. É só uma refeição, que a princípio precisa ser leve.”

Igreja debate a violência

No período que antecede a Páscoa, a Igreja Católica também promove a Campanha da Fraternidade. Encabeçada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a ação ocorre em todo o País e sempre foca em tema diferente. 

Neste ano, as atividades serão desenvolvidas para promover o diálogo sobre a violência. “Enquanto Igreja nós precisamos conscientizar o povo para a superação da violência. Cada um de nós pode promover atitudes de paz”, defende o bispo dom Aloísio Alberto Dilli. 

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Dom Aloísio: renovação do batismo | Foto: Bruno Pedry

Até a celebração do Domingo de Ramos – uma semana antes da Páscoa –, todas as comunidades incluirão em suas tarefas a necessidade de tratar da promoção da paz. Além disso, neste período também os fiéis são chamados a contribuir com dízimo, na coleta da solidariedade, realizada no domingo de ramos.

A doação financia programas sociais desenvolvidos pela Igreja Católica em todo o País. “Esta coleta é dividida. Parte vai para a CNBB em Brasília, parte com a regional no Sul, e outra parte vai para as obras assistidas pela nossa diocese”, conta dom Aloísio.

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Época da confissão

A Igreja Católica recomenda que, durante a Quaresma, os católicos busquem a confissão e o aconselhamento, feitos direto na presença do sacerdote. Para a Igreja, Páscoa é a renovação dos votos do batismo, alcançada também por meio da absolvição dos pecados via confissão. 

Conforme dom Aloísio, o ato nada mais é do que a capacidade de reconhecer as falhas, arrepender-se e pedir perdão a Deus. “E isto acontece em uma conversa franca, num diálogo fraterno entre o sacerdote e o confidente.”

O religioso conta que, no passado, a imagem escura do confessionário e o mito ao redor da penitência dada ao confidente transformou a confissão em um tabu dentro da própria Igreja. “A penitência é algo pessoal. Quem confessa precisa saber que deve mudar aquilo que faz de errado. Todos são pecadores, e todos nós precisamos confessar, inclusive os religiosos.”.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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