A pandemia pegou todo mundo de surpresa. De modo geral, ninguém estava preparado para romper com a normalidade e não retornar à rotina no dia seguinte. Então, de uma hora para outra, as pessoas foram convocadas a aprender novas formas de estudar, trabalhar e fazer exercícios físicos e a migrar todas as atividades costumeiras para dentro de suas casas.
Diante da determinação de distanciamento social, algumas instituições de ensino, como a Escola de Educação Básica Educar-se, de Santa Cruz do Sul, mantiveram suas aulas no ambiente de mediação virtual. A grande surpresa foi que o número de estudantes dobrou – ou, até mesmo, triplicou: com a quarentena, as famílias estão participando ativamente das lições escolares.
Por meio de um planejamento, reestruturado pelos professores com agilidade, agora os estudantes recebem tarefas e são acompanhados por meio de videochamadas. Alguns, inclusive, têm classificado essas aulas virtuais como homeschooling.
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Uma das facilidades para o andamento das tarefas escolares é a familiarização das crianças e dos adolescentes com o mundo online. A maioria, por exemplo, é adepta de ferramentas digitais, tem redes sociais e ainda acompanha vlogueiros, youtubers e produtores de conteúdo digital com muita frequência. Além disso, na própria Educar-se, muito antes da quarentena, as salas de aula virtuais já eram uma realidade, compreendendo a importância de acompanhar a era digital.
É evidente, no entanto, que os encontros físicos fazem falta: até os corredores da escola, se falassem, diriam que estão com saudades de toda aquela movimentação. E como em qualquer mudança, os desafios surgem diariamente: os professores precisam lidar com a infinidade de conteúdos online que competem pela atenção dos jovens e aprender novas ferramentas; os estudantes precisam ter paciência para manter o foco no espaço doméstico e as famílias devem ser multitarefa, conciliando o home office, as demandas da casa e o apoio aos estudos.
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É o caso do coordenador de assessoria e marketing Everson Carvalho de Bello, pai de Arthur, que é estudante do 2° ano na Educar-se. “Viver a experiência de acompanhar as aulas mais de perto me possibilita observar um papel importante do meu filho, o de estudante. Assim, junto com ele, consigo dar um suporte mais adequado, quando necessário”, conta.
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A farmacêutica Daiane Milbradt da Rosa e o servidor público Rodrigo Federizzi têm acompanhado os filhos Ana Luiza, estudante do 6º ano, e Pedro, na pré-escola. Além de desempenharem suas funções em home office, eles se organizam para orientar as crianças. “Já teve choro sim, por não entender alguma coisa. Mas às vezes a mãe ou o pai dá conta. Sem falar que também é muito bom rever os conteúdos”, afirma Daiane. As tarefas que os professores da Educar-se têm enviado igualmente inspiram o trabalho voluntário da família junto a um grupo escoteiro de Santa Cruz do Sul.
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Segundo a diretora da escola, Valderez Kern, o momento é de cuidar da saúde individual e coletiva, o que também é uma lição valorosa. “Ninguém poderia prever uma situação assim. Então, nossos professores precisaram ser criativos para reinventar a dinâmica das aulas. Estamos ainda mais unidos para assegurar a educação de qualidade dos nossos estudantes, buscando formas de estabelecer rotinas e atividades que possam promover a interação da família. Percebemos o quanto os pais são importantes nessa jornada, incentivando a seguir em frente e participando das atividades propostas. Esperamos que seja um momento de fortalecer os laços familiares”, afirma.
A direção da escola Educar-se ainda não tem uma data precisa para o retorno das aulas presenciais. Até lá, seguem os aprendizados e desafios dessa mudança tão repentina.
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