O novo ano começou com um número elevado de procura ao Pronto-Atendimento do Hospital Santa Cruz (HSC). Nessa terça e quarta-feira, pacientes relataram até 3 horas na espera. Conforme a casa de saúde, só na quarta foram 170 pessoas atendidas. O tempo de espera se deve, principalmente, ao sistema de classificação de risco implementado pela instituição em 2014, no qual casos de maior gravidade são atendidos primeiro.
De acordo com a gerente assistencial da entidade, Fernanda Ribeiro Gallisa, o protocolo adotado foi o Sistema Manchester, validado pelo Grupo Brasileiro de Classificação de Risco. “Tínhamos um protocolo institucional, mas foi necessário qualificar o atendimento.” Neste sistema, a fila de espera é organizada por prioridade. “Um paciente que chega com dor no peito, pode ser um ataque cardíaco, se permanecer na fila comum e não fazer uma triagem a partir dos sintomas, pode vir a agravar o caso.”
O mesmo sistema de atendimento foi adotado por locais como o Hospital Nossa Senhora das Graças, de Canoas, o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre e o Hospital Nossa Senhora da Conceição, também na Capital. “É o protocolo mais adequado para a nossa realidade, em Santa Cruz do Sul. Existem outros, mas este é o que mais apropriado em função dos fatos epidemiológicos da região, entre outras questões”, explica a gerente assistencial.
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O Sistema Manchester tem cinco classificações por cores, que indicam a ordem de atendimento dos pacientes de acordo com a avaliação feita pelo enfermeiro, a partir da queixa do paciente e análise de alteração dos sinais vitais. Pacientes com dor de cabeça leve ou quadro gripal sem febre, por exemplo, podem aguardar mais tempo do que alguém com sintomas de infarto que será atendido imediatamente.
O diretor geral do HSC, Vilmar Thomé, considera elevado o grau de assertividade do sistema. “Do ponto de vista institucional, é uma medida extremamente adequada, tendo em vista que os pacientes tecnicamente avaliados com maior grau de necessidade de urgência são atendidos primeiro.”
Classificações
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Vermelho: casos de muita urgência, como acidentes, infarto, AVC, politrauma. Em geral casos trazidos pelo Samu.
Tempo de espera: não há. Atendimento imediatoLaranja: pacientes classificados como muito urgentes.
Tempo de espera: até 10 minutos.Amarelo: casos urgentes, que necessitam de atendimento rápido, mas podem aguardar.
Tempo de espera: em torno de 50 minutos.Publicidade
Verde: quadros pouco urgentes, que podem aguardar ou ser encaminhados para outros serviços de saúde como a UPA ou o Hospitalzinho.
Tempo de espera: 2 horas.Azul: casos que não são urgentes, que podem aguardar ou ser encaminhados para outros serviços de saúde.
Tempo de espera: 4 horas.
Falta de informação
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O sistema de classificação não quer dizer que uma pessoa não será atendida se não for um caso grave. Fernanda enfatiza que os pacientes de baixa complexidade podem se direcionar a outros serviços, já que o foco no Pronto-Atendimento é atender os casos de emergência. “A rede posta pelo município está bem estruturada, com as Unidades Básicas de Saúde, a Casa de Saúde Ignez Moraes (Hospitalzinho) e a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Bairro Esmeralda.”
O PA do Hospital Santa Cruz realiza uma média de 4 mil atendimentos por mês. Durante a semana o dia de maior procura é a segunda-feira, quando há casos do fim de semana. No horário de verão, o momento de pico vai das 10 horas até as 20h30.
De acordo com Fernanda, no verão o número de acidentes de trânsito envolvendo carros e motocicletas aumenta, e consequentemente o número de pacientes nas classificações vermelha, laranja e amarela. O tempo de espera pode, inclusive, ser estendido em casos de classificação verde e azul, nos dias em que o plantão está lotado.
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