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Quando os desafios geram oportunidades

Há 21 anos, Luiz Morsch foi afastado das funções que exercia numa indústria de Santa Cruz do Sul. O baque inicial logo tornou-se a força para a inovação. Conversando com a esposa, Lurdes, percebeu que era chegado o momento de investir em um negócio próprio. Então, eles resolveram apostar na produção de flores, apesar de não conhecerem nada da cultura.

Naquela época, recorda Lurdes, existia na cidade uma cooperativa de produtores de flores para ajudar no escoamento das produções. E foi essa entidade que consultaram a fim de saber o valor aproximado para o investimento inicial. A área para tal eles já tinham em Linha Santa Cruz. Com um investimento de R$ 80 mil, fundaram o Sítio Eco Flores, instalaram uma estufa de 1,2 mil metros quadrados e iniciaram a produção de begônias – variedade escolhida em razão da sua escassez na região.


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“Queríamos fazer tudo muito bem-feito desde o início. Não tínhamos experiência e, como a planta exigia bastante, contratamos um técnico que vinha de Holambra (SP) duas vezes por mês, durante um ano, para nos ensinar sobre o manejo”, relembra. Isso elevou os custos, ultrapassando a expectativa de gastos. Para não perder o que já havia sido empregado e dar continuidade ao projeto, o casal vendeu o carro e a casa. Em virtude disso, para fazerem as primeiras entregas para a cooperativa, foi necessário alugar a Kombi de um vizinho.

Com o passar do tempo, eles perceberam que, apesar da produção estar indo bem, a comercialização não seguia o mesmo ritmo. Desligaram-se da cooperativa e Lurdes, que até então dividia seu tempo entre o sítio e o emprego de 21 anos em uma imobiliária, passou a dedicar-se integralmente ao sítio, tornando-se inclusive motorista de caminhão. “Eu cuidava de toda a parte administrativa e costumava dizer que a cabine do caminhão era o meu escritório.”

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Hoje, a área construída é de 10 mil metros quadrados, tudo com estufas climatizadas, e o leque de opções foi ampliado. A empresa conta com 22 funcionários, dois caminhões, duas caminhonetes e uma Fiorino para a entrega da produção.

Lurdes conta que ela e o marido trabalharam muito para chegar nesse estágio. O erro na previsão do custo inicial, as perdas pela falta de energia que os levaram a investir num gerador, os temporais com desabamento de estrutura e perda de produção, além de crises econômicas, foram algumas das dificuldades pelas quais passaram, mas sempre encontrando soluções para se reerguerem. “Estamos vivendo um novo momento, uma circunstância diferente de tudo pelo qual já passamos. Mas não podemos perder a esperança de dias melhores. Temos uma equipe unida, dando o seu máximo, para que o Sítio Eco Flores supere essa situação.”

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