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Quando Die Deutsche chegaram

Foto: Rodrigo Assmann/Banco de Imagens

Monumento homenageia os colonizadores em Santa Cruz

Na segunda-feira, dia 25, comemora-se o Dia do Colono e do Motorista. A data faz alusão à chegada dos primeiros colonizadores alemães ao Sul do Brasil, em 1824. Uma vez que já transcorrem 198 anos desde a vinda dos primeiros imigrantes, que se fixaram na atual São Leopoldo, o País caminha para os 200 anos de imigração alemã, em 2024.

A recuperação das circunstâncias e dos fatos relacionados com o movimento de colonização europeia no século 19 permite que as contribuições desses diversos povos possam ser salientadas. O Magazine dedica-se a revisar a bibliografia histórica e de depoimentos e biografias a fim de sugerir e indicar leituras, bem como convidar à reflexão específica sobre a imigração alemã, que foi determinante para o surgimento de Santa Cruz do Sul.

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Se a São Leopoldo as famílias de colonizadores chegaram em 1824, a Colônia Santa Cruz nasceu em 19 de dezembro de 1949, um quarto de século após. E em sequência a Santa Cruz, outros povoamentos, como a Colônia Santo Ângelo, atual Agudo, por sua vez, surgiu em 1857. Desde então, a língua alemã e os hábitos, os costumes e as tradições germânicas floresceram na região, junto com o espírito empreendedor desses imigrantes.

Todo esse movimento imigratório, voltado à ocupação territorial do então esparsamente habitado Sul do Brasil, iniciou-se numa Alemanha em séria crise de oportunidades de subsistência para as famílias. Ao chegarem à América, nela imprimiram marcas como a culinária, o imaginário que traziam consigo, a labuta em pequenas áreas de terra, a religiosidade, as artes e a cultura, e a união de forças para solucionar problemas comunitários.

Das lavouras, nas quais plantaram alimentos e, de imediato, o tabaco, cujas folhas consumiam e comercializavam, colheram os produtos que puderam negociar no País e até mesmo exportar. Esses mesmos produtos alimentaram as primeiras indústrias de transformação, que, ao lado do pujante e crescente comércio de bens e serviços, impulsionaram a economia a níveis até então insuspeitados. Die Deutsche prontamente se traduziram em progresso regional.

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O pano de fundo foi a Independência do Brasil

O fato de os primeiros alemães terem começado a chegar ao Brasil em maior número, dentro de um projeto de colonização, poucos meses após a declaração da Independência, em 7 de setembro de 1822, não foi uma mera casualidade. Foi a partir da autonomia nacional, e da constatação de que seria necessário erradicar a escravidão negra, para em lugar dela estabelecer o trabalho livre, que essa imigração foi fomentada.

O Sul do Brasil permanecia com muitas terras devolutas ou ainda não inseridas economicamente, o que, nas primeiras décadas do século 19, fomentava a ameaça de vizinhos espanhóis de avançarem para dentro desse território. Ao mesmo tempo, a partir da união de Dom Pedro com a princesa austríaca Dona Leopoldina, descendente dos Habsburgo, havia maior predisposição a trazer famílias germânicas ao País.
Foi a partir de mobilização do governo imperial que uma campanha na Europa estimulava alemães a se fixarem no Brasil. Em número crescente a partir de 1824, milhares de imigrantes, sozinhos ou com suas famílias, renderam-se ao chamado e povoaram áreas da região Sul, em colônias oficiais. Eles e seus descendentes trouxeram uma nova filosofia de vida ao conjunto de etnias que formaram o Brasil.

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Marcas culturais duradouras

Inúmeras são as marcas culturais trazidas e fixadas no modo de ser e de viver do povo brasileiro. Desde o primeiro momento, os imigrantes fixaram-se em pequenas áreas de terra, que resultaram nas atuais pequenas propriedades de perfil familiar, responsáveis por grande parte dos alimentos de subsistência da população brasileira. Esse modelo de produção agrícola resultou em cultivos diversificados, tendo no tabaco importante fonte de renda.

Em temos de artes em geral, o canto coral, a música, as danças, a culinária, a literatura e o hábito da leitura regular, bem como o associativismo e o cooperativismo, além de modelos de arquitetura, imprimiram na paisagem uma nova forma de ser. E a predisposição à execução de trabalhos manuais estimulou a realização de serviços até então pouco presentes, por ferreiros, jornalistas, marceneiros, carpinteiros, caixeiros-viajantes, entre tantos outros setores da sociedade.

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