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ELENOR SCHNEIDER

Quando as escolas semeiam esperança

Estive presente, há poucos dias, em dois eventos envolvendo escolas. Sem conter a emoção, pude deduzir, apenas para confirmar minhas convicções, que na qualificada educação e no ensino responsável residem as bases sólidas de uma sociedade melhor, de um país com perspectivas mais otimistas em relação ao futuro.

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No dia 17 de agosto, dediquei um tempo para visitar a 2ª Mostra Integrada, promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Santa Cruz do Sul. Dois temas perpassaram a exposição: o Bicentenário da Imigração Alemã e Sustentabilidade. Só consegui conhecer os trabalhos atinentes ao primeiro tema, mas foram suficientes para me oferecer a certeza de que as boas escolas são o caminho de esperança para uma nação desenvolvida.

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Observados por seus professores, crianças e jovens se empenharam em acolher os visitantes com as mais ricas informações sobre seus projetos. Estavam compenetrados, a lição na ponta da língua. Cada um sabia a sua parte, tendo o cuidado de não se intrometer no papel subsequente do colega. Pesquisaram, conversaram com seus pais e avós, desvendaram os mistérios simples das máquinas, dos utensílios, das receitas, das brincadeiras daqueles que, em tempos idos e duros, desbravaram esta terra. Provocados e conduzidos por seus professores, conheceram um pouco dos árduos, e eventualmente suaves, caminhos percorridos por seus ancestrais. Uma linda página nos festejos do Bicentenário.

Já no dia 23 de agosto, compareci a um evento do Colégio Estadual de Monte Alverne, escola que mantém vivo um projeto que já foi muito mais amplo, o Autor Presente. Desta vez, o convidado foi o renomado professor Sergius Gonzaga, pessoa de notável sabedoria e comunicação, apesar de uma simplicidade exemplar. O foco principal do encontro estava centrado na obra de Érico Veríssimo, da qual Sergius é grande entendedor. Fiéis à ideia original do projeto, os alunos leram as obras e produziram as mais expressivas manifestações a partir delas: teatro, esquetes, desenhos, até um curta, indo do cômico à mais consistente reflexão sobre a produção de Érico.

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Fiquei muito emocionado quando o vice-diretor, professor Nelson Jandrey, mencionou que esse projeto começara comigo, então professor na escola, e ali permanece vivo já há mais de trinta anos. Vieram à tona o grande valor e a importância da literatura, dos livros, para a formação dos jovens e para as pessoas de todas as idades. A escola e seus professores abraçaram a causa e continuam desenvolvendo essa magnífica missão da semeadura.

Acompanhando as duas atividades, concluí mais uma vez que ensinar com sentido gera resultados de plena satisfação. Professores que reconhecem e assumem a importância de seu papel, convictos de que aquilo que ensinam serve para alguma coisa, tem valor, engajam seus alunos e os tornam cada dia melhores. Bons professores devem ser os primeiros a acreditar que cada uma de suas aulas, independente da área de saber, não pode ser em vão. Ao final do dia, olhando para trás, o professor deve concluir que suas aulas valeram a pena.

Tendo esse papel imenso e responsável, o bom professor precisa ser respeitado e mais valorizado. Bem remunerado, vai investir mais na sua qualificação, jovens vão ser atraídos para a profissão, hoje lamentavelmente vista como insignificante para investir uma vida. Bons professores fazem a diferença. Deu para comprovar mais uma vez.

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