Algumas coisas são realmente difíceis de entender. No Brasil e no mundo. A função de comunicador obriga a acompanhar o noticiário diário, apesar do massacre das notícias negativas que – sim! – devem ser divulgadas. Mas como já escrevi, existem notícias positivas que, no jargão jornalístico, viram “nota de rodapé”, sem qualquer destaque. Se fosse diferente, isso não apenas iria minimizar o pânico, mas também mostrar que nem tudo são covas abertas e UTIs lotadas.
O início da pandemia mundial ocorreu em Wuhan, na China. No final de 2019 já se ouviam notícias esporádicas sobre casos naquele país. Apesar dos pedidos de providência de alguns países, como os Estados Unidos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não se impôs para exigir dados técnicos.
Depois do Natal, milhões de chineses viajaram mundo afora espalhando o vírus, diante da omissão criminosa da OMS e do governo chinês. Muitos vieram para o Brasil. Por isso, as cidades que detectaram os primeiros casos são ponto de atração turística massiva. O Carnaval ampliou significativamente a proliferação do coronavívus.
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Depois de milhares de mortos, surge a notícia de que haverá teste com 9 mil brasileiros de uma inadmissível… vacina chinesa! Fomos alvo da proliferação do vírus, gastamos bilhões em equipamentos de proteção produzidos na China e, agora, somos cobaias de um país que se notabiliza por seus interesses comerciais. Aliás, desconhece fronteiras, além de explorar mão de obra infantil e de mulheres. Fala-se com insistência do “novo normal” a partir de alterações na rotina. Imagino a diversidade de filmes, séries e documentários a que assistiremos contando versões hoje absurdas da pandemia. Surgirão verdades hoje rechaçadas vigorosamente pela ignorância, interesses comerciais e radicalismos político e ideológico.
“Numa guerra, a primeira vítima é a verdade.” A frase, tão antiga quanto o mundo, resume este momento de crise sanitária mundial. No Brasil, interesses que nada têm a ver com informação científica servem de inspiração de tradicionais grupos de comunicação que manipulam conteúdos, carregam nas tintas fortes de notícias funestas e omitem informação positiva.
Como jornalista, revolta ver colegas a serviço de algo que em nada lembra o compromisso dos profissionais da comunicação. A ética virou supérflua e a responsabilidade social da nossa atividade sucumbiu quando mais deveria ser fortalecida.
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