Enquanto a primeira oficina do 6º Festival Santa Cruz de Cinema, nessa terça-feira, 24, trouxe dicas sobre atuação, a segunda atividade, nesta quarta-feira, 25, migrou para o outro lado das câmeras. O diretor e roteirista Davi Pinheiro compartilhou com uma turma de aprendizes dicas e experiências do setor audiovisual. Gaúcho de Porto Alegre, ele tem mais de 21 anos de carreira.
A oficina foi realizada na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde também são realizadas as exibições da Mostra Competitiva Nacional e da Mostra Olhares Daqui. Em cerca de três horas, o diretor relembrou momentos da carreira e refletiu, junto aos participantes, sobre o papel de um diretor. “O meu objetivo foi trazer essa filosofia da direção. Estimular o pessoal a pensar nas suas próprias experiências. As interações foram essenciais. Quis mostrar também a fragilidade, apresentei para eles uma cena que avalio ser um fracasso”, comentou Pinheiro.
Ponto importante tratado na atividade é que as oficinas do Festival Santa Cruz de Cinema não são apenas para quem já trabalha na área audiovisual. Prova disso é a confeiteira Luana Ferreira, de 28 anos. Natural da Paraíba, ela mora em Santa Cruz do Sul há 7 anos. Se interessa por arte como um todo e não perdeu a oportunidade de conhecer ainda mais sobre esse universo. “Eu vim para aprimorar minha visão de mundo. Sou confeiteira e faço bolos artísticos, além de projetos paralelos com uma amiga, que é fotógrafa. Então as oficinas me ajudam nisso, a conhecer mais essa dinâmica, interagir com a área, me descobrir”, contou.
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No outro lado da moeda, Marta Nunes, de 52 anos, já participou da produção e roteiro de diversos projetos no audiovisual. Aproveitou a oficina desta quarta-feira para explorar mais a direção, função que ainda não desempenhou – mas já planeja quando o fará. “Como professora, ficava me perguntando se existia uma ‘cartilha para ser diretor’. E o Davi falou muito disso, trouxe não só a experiência dele, mas também relatos sobre outros colegas. Falou sobre a importância da intuição. E dá para ver a paixão dele por isso, o que eu considero muito importante”, destacou.
Em conversa com o Portal Gaz, o diretor e roteirista Davi Pinheiro resumiu: “O papel do diretor é dizer sim ou não na hora certa. A questão é, a partir disso, criar uma caixa de ferramentas que permita que esse ‘sim’ ou ‘não’ seja bem informado, de forma a garantir que a equipe esteja indo na mesma direção”, detalhou.
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“Não quero fazer só um gênero. Quero fazer filmes do Davi, que sejam estranhos, tenham personalidade”. Essa foi uma das frases do oficineiro Davi Pinheiro na tarde desta quarta-feira. Ele conversou com os participantes sobre as mais diversas experiências, inclusive o longa Porto dos Mortos, de 2010, ganhador de diversos prêmios internacionais. “Esse longa é uma mistura de todos os gêneros, tudo que os estúdios não recomendam”, brincou.
Em Porto dos Mortos, Pinheiro foi diretor, produtor e roteirista. O road movie de fantasia foi selecionado para mais de 80 festivais, incluindo o Festival de Cinema Fantástico de Sitges, e vencedor de 15 prêmios, licenciado à Netflix e ao Hulu. Em 2014, o diretor foi selecionado para o Berlinale Talents, programa de qualificação do Festival Internacional de Cinema de Berlim (Alemanha). Também foi selecionado para o Match me! 2018, no Festival de Cinema de Locarno (Suíça).
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Em 2019, sua produção “Raia 4”, dirigida por Emiliano Cunha, estreou no Festival Internacional de Cinema de Cartagena de Indias (Colômbia) e recebeu os prêmios de Melhor Direção de Fotografia, Prêmio da Crítica e Melhor Filme Gaúcho no 47º Festival de Cinema de Gramado.
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No currículo, ainda tem traz a direção e produção da série de ficção A Bênção (2020), exibida no Canal Brasil e no Globoplay. Desde 2022, Pinheiro faz parte da Rede Paradiso de Talentos, do Projeto Paradiso. No mesmo ano, foi selecionado para o Torino Film Lab: Extended (Madrid), com o projeto Estrutura.
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Atualmente, finaliza Tudo que Resta, curta-metragem de ficção científica selecionado para o Editing Studio do Berlinale Talents. Seu projeto de longa-metragem Grito foi finalista do Guiões – Festival de Roteiros de Língua Portuguesa (em Lisboa, Portugal), e teve seleções no 7º Laboratório Internacional de Roteiros – Bolivia Lab (Cochabamba), 10º Labex Argentina (Buenos Aires), 8º Brasil CineMundi (Belo Horizonte), 1º Mercado de Ideias da Mostra Internacional de São Paulo (Brasil), 8º LabGuion (Medellín, Colômbia) e o 18º Encontro de Coprodução do Festival de Guadalajara (México).
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