Categories: Jaqueline Weigel

Qual é nossa identidade social?

Às vésperas da eleição, a rede social revela parte da nossa personalidade como povo: pobre, imatura e atrasada. O Brasil apresenta seu atraso em quase todos os índices globais: produtividade, inovação, infraestrutura e cultura. Somos otimistas sobre nós mesmos e ignorantes quanto à nossa real situação perante o mundo. Temos certeza de que somos melhores do que realmente somos. O cenário e o debate político atual revelam nossa alma coletiva: infantil, egoica e descolada dos movimentos progressivos do mundo.

Perante o mundo, somos vistos como um país corrupto, leviano e não confiável, e há razões para isso. Em contrapartida, somos admirados pelo carisma, pela flexibilidade, pela simpatia, mas não por algo que tenhamos feito das últimas décadas que possa trazer contribuição relevante ao planeta onde vivemos. Qual é a identidade atual do brasileiro de bem e do novo Brasil? Há mesmo esperança em um novo Brasil?

Com a quarta revolução em andamento, empresas e profissionais perderam sua identidade. Não sabem quem são, para onde vão e que futuro os espera. Estamos novamente na era da gestão do medo e da sobrevivência, com as mesmas premissas de antes: quem corre mais sai na frente. Estratégias imaturas de curto prazo. Empresas tradicionais já descobriram que talvez tenham poucos anos de vida, e que seu nível de competitividade diminuiu muito. Empresas em transição estão errando mais do que acertando porque estão lotadas de iniciativas soltas.

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Profissionais questionam sua vida, seu trabalho e buscam respostas externas quando a busca deveria ser interna. Perguntas como “quem é você?”, “qual é seu papel no mundo?” e “como pode colocar seu trabalho a serviço da sociedade e do mundo e não apenas de si mesmo?” têm respostas vazias.

 A sociedade precisa se unir em torno de projetos de futuro. Empresas precisam olhar para fora para compreender as novas demandas. Pessoas precisam olhar para dentro para encontrarem sua identidade verdadeira. Somente o encontro de empresas e governo com propósito social e pessoas autênticas e íntegras trará reais possibilidades de reescrever a história do Brasil em uma nova versão, regada a ética, sustentabilidade e senso de existência coletivo. Estamos longe do Brasil do futuro que desejamos.

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