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Educação

Qual é a melhor estratégia contra a violência?

A violência nas escolas e a forma de reduzir os conflitos dentro e fora de sala de aula pautaram, na manhã dessa quinta-feira, um encontro com prefeitos, secretários de Educação e promotores de Justiça no salão do Júri do Fórum de Santa Cruz do Sul. Promovido pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), o evento trouxe cases de educandários que adotaram o diálogo como principal ferramenta para prevenir a indisciplina e combater agressões físicas e verbais. Trata-se do círculo de construção de paz, técnica utilizada por países como Canadá e Estados Unidos e que, agora, passa a fazer parte das escolas estaduais da região. 

Segundo a coordenadora do Cejusc, juíza Josiane Estivalet, o encontro serviu para estimular que professores e orientadores busquem, por meio de cursos, maior aprofundamento sobre o que considera uma nova realidade na educação. “Queremos fazer uma parceria com a comunidade escolar e levar a ela ainda mais conhecimento sobre esse método que promove paz, empoderamento, reflexão, interação da comunidade escolar com os pais e fortalecimento dos professores.”

Ao longo de 2017, o Cejusc, em parceria com a 6ª CRE, proporcionou à rede de ensino uma formação de gestão de conflitos. Agora, por meio da Escola Superior da Magistratura da Ajuris oferta, a preço de custo, um novo curso de enfrentamento de situações de violência. Os encontros deverão acontecer entre os dias 19, 20 e 21 de março em Santa Cruz. “A ideia é potencializar o que já teve início em 2017 e evitar o agravamento de situações que, quando chegam ao judiciário, já estão em condições extremas”, complementou. 

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A coordenadora da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave), Marlei Eliane Tuthtenhagen, explicou que o investimento na metodologia dos círculos de paz só tende a contribuir para o futuro da escola. Na região, os tipos de violência mais comuns são indisciplina, agressões físicas e morais e o bullying. Educadores e demais interessados em participar da formação podem entrar em contato com o Cejusc pelo telefone (51) 3711 2171, ramal 1609.

Na Brígida, práticas já são recorrentes

A Escola Estadual Brígida do Nascimento, de Venâncio Aires, é uma das que já confirmou presença na próxima formação. Segundo o orientador, André Henckes, nos últimos anos o educandário tem aplicado muitas ferramentas de solução de conflitos que envolvem os círculos restaurativos com os alunos. “Depois de participarmos do curso da 6ª CRE, passamos a socializar as práticas com as turmas.” Para Henckes, a mudança vai além de pacificar a indisciplina e alcança também a empatia. “No círculo, um enxerga o outro e, consequentemente, o sentimento do colega. Trabalha-se o se colocar no lugar do outro.”

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“Não é passar a mão na cabeça”

A coordenadora do Cejusc, juíza Josiane Estivalet, acrescenta que o estímulo a formações alternativas para combater os conflitos no ambiente escolar é adequado aos princípios da Justiça Restaurativa, que visa pacificar tensões sociais geradas por violências, crimes ou infrações. A prática faz uso de procedimentos com o objetivo de promover responsabilidade, permitir a restauração das relações e reparar os danos causados. Josiane acrescenta, entretanto, que as técnicas como o círculo de construção de paz, por exemplo, não podem ser associadas à ideia de “passar a mão na cabeça ou na impunidade”. “O círculo visa a responsabilização do autor do fato. É trabalhar para dar autonomia e capacidade de resolver os problemas.”

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