Em Santa Cruz do Sul há três ruas que, comercialmente, concentram os espaços para lojas mais disputados e caros do município. A área das ruas Tenente Coronel Brito, Marechal Deodoro e Marechal Floriano, cortada pelas transversais Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros, vale ouro.

Na faixa mais cara da Floriano, os aluguéis chegam a custar R$ 40,00 o metro quadrado. De acordo com o tesoureiro da Sociedade das Empresas Imobiliárias de Santa Cruz do Sul (Seisc), Ricardo Bartz, alguns critérios de cálculo de preço de aluguéis são materiais.

O fluxo de pessoas e veículos, assim como a posição das ruas no traçado do município são exemplos visíveis. “Porém, não existe uma regra. Vai muito da percepção do proprietário e da idade do imóvel. Em tese, prédios mais novos também acabam sendo mais caros”, afirma.

Bartz explica ainda que outra característica do espaço influencia no desempenho do negócio. O sentido em que os veículos trafegam faz toda a diferença. “Os imóveis que ficam na mesma direção do trânsito têm sempre uma tendência maior de serem beneficiados. Nas esquinas, principalmente, isso é bem visível”, aponta.

Conforme o tesoureiro, existem esquinas positivas e negativas. As positivas são as que na teoria têm maior circulação de clientes, pois ficam no sentido em que trafegam os carros. “Por isso que sempre que há uma mudança de mão no trânsito, existe a queixa dos lojistas.”

Entre os pontos melhor cotados – por causa justamente do movimento –, a Marechal Floriano, no trecho entre a Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros, é o principal. Nele está o metro quadrado mais caro do município, que custa em torno de R$ 40,00.

“Nós temos também uma movimentação muito grande na Tenente Coronel Brito, no mesmo traçado. Assim como nos últimos anos houve um crescimento de lojas instaladas na Marechal Deodoro”, conta Bartz.

Entre as três ruas, duas transversais também chamam atenção: a Júlio de Castilhos e a 28 de Setembro. Elas também são vias de grande circulação de consumidores. Nesse quadrante, quem ocupa um prédio nem pensa em arredar o pé.

É o caso da Loja Prata, instalada na esquina positiva entre a Marechal Floriano e a 28 de Setembro. De acordo com a gerente, nem mesmo a necessidade de ampliar a loja em um prédio maior tira a marca da esquina. “É uma pena que a galeria não tem mais espaço. Se pudéssemos, iríamos aumentar”, justifica.

Bartz explica que, além do aluguel, às vezes é necessário que se pague pelo valor do ponto comercial. “Juridicamente, isso chama-se fundo de comércio. Trata-se de um valor que é estabelecido pelo proprietário, em cima da estrutura e do histórico comercial do espaço.”

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Na Tenente, comércio popular. Na Deodoro, grifes

Corredor de ônibus urbanos, as superparadas da Tenente Coronel Brito levam para o eixo do comércio central os usuários do transporte coletivo. Clientes de bairros e do interior de Santa Cruz transitam com maior frequência nessa rua.

Conforme a comerciante Vanise  Voese, da Joalheria e Ótica Wetzel, a empresa ocupa uma sala na Coronel Brito há mais de 40 anos e não cogita sair do espaço. “Nós temos uma freguesia boa que vem do interior de Santa Cruz e sempre nos procura.”

De acordo com Vanise, existem pelo menos três dias na semana em que o movimento é maior na loja. “A circulação de pessoas aqui é muito boa, estamos satisfeitos.”

Enquanto na Tenente Coronel Brito e nas ruas abaixo dela – paralelas e transversais – há maior número de lojas do comércio popular, na Rua Marechal Deodoro, a terceira via com maior fluxo, cria-se um espaço para butiques e lojas de grife.

Segundo a gerente da loja Rabusch, rede de alfaiataria feminina, a loja foi aberta porque a Marechal Deodoro tem uma série de estabelecimentos, alguns de franquias de nomes conhecidos nacionalmente. “Nosso público é de executivas, mulheres empoderadas que buscam peças de alfaiataria. Para nós é um ótimo ponto, que vale o valor pago em aluguel”, confirma.

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NOVAS ÁREAS

Existem pelo menos outros três pontos com grandes investimentos do varejo em Santa Cruz. Conforme o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinato, um dos espaços localiza-se onde é construído o München Open Mall & Residence, entre as ruas Borges de Medeiros e Sete de Setembro.

“O Bairro Schulz também tende a se valorizar mais, por causa da instalação da Havan, junto à BR-471. Todo aquele conjunto de residências deverá se valorizar, assim como deverão ser criados novos pontos comerciais na área”, projeta Cechinato.

O trecho entre a Fernando Abott e a Ramiro Barcelos , na Floriano, é ponto de grandes nomes do varejo, como Americanas e Pernambucanas, que sonda sua instalação naquela quadra.

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