O recuo da pandemia e a redução de casos ativos e de internações por Covid-19 em Santa Cruz do Sul, além do avanço na vacinação, resultaram nos últimos 30 dias em redução das filas de espera por procedimentos eletivos de competência do Município. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde, entre consultas e exames o deficit de demandas represadas teve queda de 43,16%.
Para seguir diminuindo a fila de espera, a pasta projeta e já coloca em prática ações como os mutirões realizados nos fins de semana, segundo a secretária de Saúde, enfermeira Daniela Dumke. “Antes não podíamos avançar nesses procedimentos porque não sabíamos quais as necessidades dos hospitais, tanto com leitos quanto com profissionais e até medicamentos, porque muitos deles são utilizados em anestesias e em procedimentos com pacientes que estavam em UTI”, explica. “Recursos humanos também precisavam ser deslocados. O que era eletivo, naquele momento, ficou congelado. Agora estamos conseguindo avançar porque vemos uma diminuição gradativa dos casos de Covid, o que nos possibilita planejar com maior tranquilidade.”
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Além disso, Daniela espera que o pior momento da pandemia já tenha passado e que os trabalhos possam continuar sendo executados sem que haja interferência no atendimento para pacientes com a Covid-19. “Esperamos não voltar àquele cenário de março e abril, quando chegamos a ter 150 pessoas internadas. Nessa sexta-feira, estamos com seis. É um cenário totalmente diferente, que nos possibilita poder pensar em atender a essa demanda que também tem sua necessidade”, comemora.
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Mutirões
Nessa sexta-feira,10, teve início um mutirão para realização de pequenos procedimentos. Os trabalhos serão feitos às sextas e sábados, no ambulatório da Unidade Básica do Arroio Grande, que possui espaço adequado para o serviço. “Temos uma necessidade de 410 consultas de demanda reprimida, em que vão ser feitos 40 atendimentos por fim de semana. São procedimentos de baixa complexidade e que são permitidos fazer dentro de uma estrutura adequada, com higiene, mas muitas vezes com anestesia local. Eles também podem ser realizados em nível ambulatorial de hospitais, mas pela questão de agilizar essas avaliações, contamos com o auxílio de uma médica da atenção básica para atender a essa demanda”, detalha Daniela Dumke.
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Outro mutirão que já está sendo realizado é o de tomografias. “Começamos com 389 tomografias e, neste mês de setembro, vamos fazer 159 que já estão agendadas.” Também para reduzir a espera por eletrocardiogramas, a Secretaria de Saúde organiza um trabalho, às sextas e sábados, no Ambulatório Central e no Hospitalzinho. Em 30 dias, os 832 exames caíram para 537.
Competências do Município
A secretária também frisa que apenas procedimentos de média e baixa complexidade são de competência do Município. Já os de alta complexidade são feitos pelo Estado. Em relação à traumatologia, por exemplo, o atendimento é imediato; porém, se após isso o profissional de medicina classificar como necessário um mais complexo, o paciente entra para o sistema de regulação estadual.
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“Se for classificado como média ou baixa, que é nossa competência, não temos fila de espera e o paciente normalmente aguarda de dez a 14 dias e é atendido. Já aqueles que são mais invasivos, que precisam de prótese ou algo nesse sentido, são classificados como alta”, explica.
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Ainda conforme Daniela Dumke, a pasta trabalha com fluxos que devem ser seguidos criteriosamente. “A equipe da regulação faz com muito comprometimento essa classificação. Estamos traçando estratégias, no que compete ao Município, para ver o que conseguimos aumentar para tentar contemplar o maior número de pessoas com esse atendimento.” O mesmo ocorre nas especialidades de cardiologia e neurologia.
Queda gradativa
No que diz respeito a consultas da especialidade de uroginecologia, já foi possível reduzir, em aproximadamente um mês, de 341 para 225 o número de atendimentos represados. Das consultas de reumatologia, as 743 esperas caíram para 334. De neuropediatria, 171 pacientes ainda aguardam, mas antes eram 297 que esperavam o serviço. Já as consultas ginecológicas, de 18 mulheres, agora há apenas uma na fila. Contudo, Daniela Dumke destaca que tais números são dinâmicos e sofrem mudanças semanalmente. Além disso, há 280 pessoas na fila para consultas de hematologia. Como o profissional que atende no município estava afastado, até o próximo mês a lista também deve apresentar redução.
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