A primeira noite do 6º Festival Santa Cruz de Cinema lotou o auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Mais de 700 pessoas prestigiaram a abertura e o início da Mostra Olhares Daqui e da Mostra Competitiva Nacional nessa terça-feira, 24.
Palco de congressos e seminários, o auditório foi transformado na versão santa-cruzense do Dolby Theater – espaço em Hollywood onde ocorre a cerimônia do Oscar –, com direito a presença de atores, diretores e outros nomes ligados ao cinema nacional. E durante mais de duas horas, a plateia riu e se emocionou com os sete curtas-metragens exibidos na estreia do festival.
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A primeira obra a ser exibida na telona foi a santa-cruzense Já é tarde?, dirigida pelo estudante de audiovisual da Unisc, Luís Alexandre. Filmado em pontos conhecidos da cidade, a história acompanha Jéssica. Há um tempo sem rever os amigos, ela tem a oportunidade de reencontrá-los na festa de aniversário de um deles. Enquanto caem na farra, a garota começa a levantar questionamentos sobre amadurecimento e amizade. O curta, parte da Mostra Olhares Daqui, foi ovacionado após a exibição.
Em seguida, foi a vez da Mostra Competitiva Nacional começar. A abertura ficou por conta de mais uma obra produzida por um santa-cruzense, Fred Luz, presente no festival. Luz dirigiu Buscapé, uma continuação do aclamado Cidade de Deus, lançado por Fernando Meirelles em 2002. O gaúcho recebeu a missão de trazer o protagonista Buscapé de volta ao bairro para visitar seu amigo de infância Barbantinho. Alexandre Rodrigues e Edson Oliveira retornam aos papéis 20 anos depois para o deleite da plateia, que pode acompanhá-los em mais uma aventura na famosa localidade carioca.
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Mais tarde, foi a vez dos curtas Remendo (Roger Ghil), Sabão Líquido (Fernanda Reis e Gabriel Faccini), Coletânea de Histórias Extremamente Curtas (Pedro Villaça), Travessia (Gabriel Lima) e Ela Mora Logo Ali (Rafael Rogante e Fabiano Barros). Os trabalhos já passaram por várias mostras de cinema.
Após a exibição, o público conversou com os idealizadores das obras para entender um pouco mais da produção cinematográfica. O encerramento foi com uma festa no Barbudas Bar.
Outros 14 curtas-metragens serão exibidos nesta quarta e quinta-feira, 25 e 26, a partir das 19 horas, no auditório central. A entrada é gratuita. Na sexta-feira, o público vai conhecer os ganhadores do Troféu Tipuana nas 13 categorias, além da entrega do Prêmio Tuio Becker ao ator Thiago Lacerda e a homenagem à atriz Hermila Guedes.
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A abertura do festival foi apresentada pelos atores Rafael Tombini e Maiara Fantinel. Estiveram presentes a prefeita Helena Hermany; o gerente local da Corsan, Bruno Barreto; a diretora do Instituto Estadual de Cinema do RS, Sofia Ferreira; o reitor da Unisc, Rafael Henn; o diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da Japan Tobacco International (JTI), Flavio Goulart; e o diretor do Sesc Santa Cruz, Fabrício Gianezini.
O Festival Santa Cruz de Cinema é realizado pelo Sesc, Unisc e Pé de Coelho Filmes. Conta com a Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com patrocínio da JTI, Prefeitura e Corsan. Nesta edição, tem ainda o apoio institucional da Locadora Filmes do Bem.
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Os curtas
A segunda noite do festival será nesta quarta-feira, 25, a partir das 19 horas, no auditório central, com entrada gratuita. Também serão exibidos sete curtas-metragens premiados. A maioria das obras é gaúcha, mas há também do Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Confira.
User, de Lucas Dias (Mostra Olhares Daqui)
Produzido em Santa Cruz do Sul, o curta de dez minutos acompanha uma garota em uma ida ao psiquiatra. Lá, ela relata sobre os estranhos acontecimentos após encontrar um computador antigo. User foi selecionado para a VI Mostra Universitária do Festival de Cinema de Gramado.
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Carcinização, de Denis Souza (RS)
A animação realizada por estudantes da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) já foi premiada no Festival de Cinema de Gramado. Na história, três amigos estão passando por mudanças em suas vidas: Liz quer mudar o estilo de música que toca, Mari quer trancar a faculdade e P1 quer virar um caranguejo.
A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)
Traz a história de Valda, uma trabalhadora doméstica idosa da periferia de Cuiabá. A narrativa mostra a protagonista como uma mulher forte que subverte em seu cotidiano o paradigma da velhice estigmatizada. Com 20 minutos de duração, o curta foi exibido em festivais brasileiros.
Deus não deixa, de Marçal Vianna (RJ)
O documentário apresenta Miguel. Antes conhecido como Mika Sapequinha, ele cortou os cabelos, tirou as saias e decidiu criar uma nova versão de si mesmo. Hoje, frequenta a igreja evangélica e enfrenta uma jornada de autoconhecimento turbulenta. O projeto foi exibido no Festival de Cinema de Gramado e recebeu o Prêmio do Canal Brasil no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2022, além de Menção Honrosa pelo júri.
Noturna, de Gabriela Poester (RS)
Selecionado para o Festival do Rio 2023, Noturna acompanha Lúcia, de 27 anos. Após interromper uma gravidez, a jovem precisa lidar com as consequências que essa escolha gera em suas relações. Porém, ela passa a ser visitada em seus sonhos noturnos por uma figura misteriosa. A ficção tem 15 minutos de duração.
Última vez que ouvi Deus chorar, de Marco Antonio (MG)
Retrata Maria, uma jovem trabalhadora rural que tenta preservar sua saúde mental e emocional no âmago de suas inquietudes existenciais, além de nutrir uma aversão visceral pelas injustiças que permeiam a existência do mundo. Uma gravidez misteriosa deixa tudo mais complicado e misterioso. O curta foi exibido no 51° Festival de Cinema de Gramado.
Marreta, de André Fidalgo (SP)
Em uma trama com aproximadamente 30 minutos de duração, é apresentada a história de um homem que busca vingança e o outro, redenção. Seus caminhos se cruzam em um galpão da milícia que esconde R$ 100 mil. Desde o seu lançamento, Marreta já foi exibido e premiado em diversos festivais.
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