A psiquiatria da infância e adolescência é uma subespecialidade dentro da psiquiatria com características muito particulares. O psiquiatra da infância deve ter conhecimento sobre os domínios do desenvolvimento (físico, cognitivo, afetivo e psicossocial) esperados para cada faixa etária, para que ele seja capaz de identificar quando alterações em diferentes aspectos do desenvolvimento estiverem presentes.
O desenvolvimento da criança e do adolescente é influenciado por diversos fatores, como: biológicos, genéticos, ambientais e psicossociais. Portanto, é fundamental que o psiquiatra seja capaz de avaliar o contexto familiar, social e escolar em que o paciente está inserido, bem como a capacidade de adaptação diante desse contexto, deve-se observar e compreender as reações às pressões vivenciadas pela criança ou adolescente.
Muito mais do que identificar a presença ou ausência de doença, cabe ao psiquiatra da infância avaliar o bem-estar biopsicossocial, avaliar a saúde mental da criança, que corresponde ao bem-estar físico, familiar, social, escolar. A melhor forma de avaliar esses aspectos é escutando a criança e a família sobre os comportamentos apresentados e contextualizá-los.
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A partir da avaliação e da identificação de comportamentos inapropriados ou anormais, ou atrasos na aquisição de habilidades motoras, cognitivas, sensoriais e de linguagem, o psiquiatra da infância e adolescência é capaz de identificar os quadros psicopatológicos que acometem crianças e adolescentes.
Embora a psiquiatria da infância e adolescência ainda seja estigmatizada, o número de crianças e adolescentes com transtornos mentais no mundo é preocupante e requer atenção especial dos pais, familiares e educadores. A média global de transtornos mentais nessa população é de 15,8%, na população pré-escolar de 10,2% e em adolescentes, 16,5%.
Muitas vezes, a identificação por parte dos pais da presença de um transtorno psiquiátrico é difícil, principalmente na população de adolescentes. Por isso, mudanças comportamentais e falas recorrentes sobre medos, insatisfações, inseguranças, desejo de morte, baixa autoestima e outras falas que demonstrem sofrimento psíquico sempre devem ser valorizadas.
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Os decretos estaduais e municipais que promoveram isolamento, uso de máscaras, fechamento de escolas e praças causaram um impacto intenso e prejudicial à saúde mental de crianças e adolescentes, levando a um aumento de demanda por atendimentos psicológicos e psiquiátricos. Os atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor foram significativos e devem ser melhor avaliados para determinar que medidas podem ser tomadas para mitigar as consequências.
Felizmente, nem todo sintoma é doença. Mas não podemos ignorar os sinais de quando nossos filhos e alunos não estão bem. Em caso de dúvida ou necessidade, procure ajuda.
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