A pandemia do novo coronavírus já afeta diversos aspectos da vida dos santa-cruzenses e é provável que, com o avanço dos casos, ainda mais mudanças sejam necessárias na rotina. O isolamento domiciliar que já está sendo feito por muitos pode atingir os membros da unidade familiar de diversas maneiras, inclusive psicologicamente.
A reclusão, ainda que necessária, pode ser mais difícil para as pessoas que são habituadas a circular e ir a eventos, conforme observa a psicóloga Alessandra Steffens Bartz. Para a profissional, o isolamento pode ser usado não só como uma medida de prevenção, mas como um importante momento para refletir. “É necessário enxergar as coisas boas que tenho em minha vida, usar esse momento para colocar algumas coisas em ordem.”
O tempo em casa pode ser usado para se ocupar com leitura, música e filmes. Outras opções são trabalhos manuais, como tricô, desenho e pintura. “A gente está com uma enxurrada de notícias e esse excesso pode deixar as pessoas em isolamento ainda mais ansiosas. Precisamos ter um momento além deste em que vislumbramos o pior e as coisas ruins que podem acontecer.”
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A dica de Alessandra é que a pessoa escolha um momento no dia para se informar e conferir as notícias em um meio confiável e livre de fake news, e no restante do tempo se ocupe com atividades mais positivas. “Quando for conversar com outras pessoas, por telefone ou videochamada, não fique centrado só nisso, fale sobre outros temas”, indicou.
Segundo a psicóloga, este isolamento não é fácil e pode piorar quadros de depressão e ansiedade já existentes. “Somos seres sociais, precisamos de contato, não só virtual, mas olho no olho. Nesse momento vai depender muito da saúde mental de cada um.” Uma pessoa mais equilibrada vai reagir à reclusão de uma forma positiva, enquanto quem já tem uma predisposição à ansiedade precisa estar atento, porque o sentimento pode se intensificar.
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Dicas
Para lidar com a solidão, a profissional recomendou o contato constante pelos meios disponíveis, como redes sociais ou telefone. “O papel da família é muito importante, mesmo que não possa estar presente no mesmo lugar. É preciso tentar se aproximar de alguma forma para que a pessoa se sinta acolhida e recebendo atenção”, explicou. Este cuidado é ainda mais importante quando se tratam de idosos, pessoas no grupo de risco ou com sintomas, que estarão precisando de afeto, carinho e confiança, com falas positivas.
Apesar do compartilhamento excessivo de assuntos negativos referentes à pandemia, Alessandra acredita que o momento pode ser usado para mostrar como as pessoas podem se unir em um momento difícil, mostrando a força da comunidade. “É possível mostrar boas ações no meio do caos, e que o ser humano consegue se ajudar e ser solidário”, disse.
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