Os futuros desdobramentos da nova linha de investigação contra o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, podem dar maior embasamento jurídico para um eventual pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). A avaliação é de dirigentes da cúpula nacional tucana, para os quais as “graves suspeitas” contra o tesoureiro reforçam a discussão dentro do partido sobre a defesa do afastamento da presidente. Preso nesta quarta-feira, 15, o tesoureiro é suspeito de ter utilizado uma gráfica ligada ao partido para o recebimento de propina de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.
A cúpula tucana pondera, contudo, que os indícios apresentados até o momento ainda não revelam um “fato determinante” que vincule a presidente ao esquema de corrupção. Ela avalia também que ainda não existe um consenso no Congresso Nacional para que um pedido de afastamento prospere. Nos bastidores, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem considerado que é necessário aguardar o ritmo de investigações da Operação Lava Jato para que o partido não se antecipe e acabe dando um “tiro na água”.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), vice-presidente nacional do PSDB, o tempo de espera, no entanto, não pode ser longo. “A prisão do tesoureiro se dá por novos indícios e é um caminho para que se busque um fato determinante. É necessário, contudo, que não se faça algo que seja inconsistente juridicamente”, afirmou. Nesta terça, 14, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, mudou o tom e considerou que haverá motivo “extremamente forte” para um pedido de impeachment se ficar comprovado que o governo federal esperou o fim da eleição presidencial para processar uma empresa holandesa suspeita de pagar propina para fazer negócios com a Petrobras.
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