Exonerado em fevereiro pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul após ser apontado pela Guarda Municipal como um dos envolvidos em ocorrência de posse de entorpecentes dentro do Ginásio Poliesportivo Arnão, Gabriel Kwiatkowski Júnior, de 36 anos, foi absolvido no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado para investigar o caso. No documento, a secretária Marinalda Arena Dias Spindler confirma o arquivamento do procedimento. Nesta semana, o investigado, que é skatista profissional e era cargo comissionado da Secretaria de Relações Institucionais e Esportes da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, procurou a Gazeta do Sul e fez um desabafo. Gabriel foi candidato a vereador no município nas últimas eleições e fez 233 votos.
A investigação do caso dele iniciou-se em 24 de fevereiro e foi concluída no dia 10 de outubro, quatro dias após o pleito. “Provei que sou inocente. Quiseram criar uma narrativa, vincularam minhas fotos com outras pessoas e divulgaram em aplicativos de mensagens e redes sociais, algo que me prejudicou muito, inclusive na eleição”, disse ele. No PAD foram analisados os depoimentos de 11 servidores, documentos e relatórios das movimentações dos veículos da Prefeitura.
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Conforme a ocorrência registrada pela Guarda Municipal, por volta das 2h40 da madrugada de 24 de fevereiro, os agentes alegaram que haviam tentado abordar um grupo que ingeria bebidas alcoólicas em dois veículos, sendo um da Prefeitura, mas não conseguiram devido à fuga dos automóveis. Mais tarde, aproximadamente às 5h30, esse mesmo grupo, em que estava Gabriel, um outro homem e duas mulheres, foi localizado dentro no Ginásio Poliesportivo Arnão.
Com eles foram encontradas seis gramas de maconha. O PAD apontou incompatibilidade dos fatos com o que foi relatado pela Guarda Municipal, desde depoimentos desconexos até a velocidade dos veículos, que não era compatível com perseguição diante de uma eventual fuga, como relatado na ocorrência.
Ainda não restou comprovado que alguém estaria ingerindo bebidas alcoólicas no interior de algum veículo. O texto também indicou que, pelos relatórios, Gabriel Kwiatkowski Júnior não estava com nenhum entorpecente e sim uma outra pessoa, e nem sequer utilizou um automóvel da Prefeitura, além de não ter causado dano ao patrimônio público.
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Gabriel Júnior retornou esta semana às suas funções na Secretaria de Relações Institucionais e Esportes da Prefeitura. Para ele, o caso que teve seu nome envolvido foi uma situação política. “Foi uma armação. Tanto que o guarda municipal que registrou a ocorrência contra mim estava no meio do grupo de oposição ao governo em uma sessão da Câmara de Vereadores”, disse ele.
“Vamos ingressar com um processo contra ele e contra um vereador que postou mentiras sobre mim nas redes sociais. Depois apagou, mas já tinha sido registrado em print”, disse o rapaz. Apenas pela mera relação com o caso investigado – em que foi confirmado que Gabriel não portava nenhuma droga –, ele chegou a ser confundido com um candidato a vereador que foi flagrado pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) no último dia 21 com 25,4 gramas de maconha.
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“Trabalho para tirar a criançada das drogas. Me associarem a isso é triste”, desabafou. Para o homem de 36 anos, o episódio serve de lição para quem costuma replicar notícias e informações falsas. “As pessoas precisam entender que não podem sair por aí espalhando fake news. Quem vai agora reparar toda a preocupação e a dor da minha família com o que aconteceu? Ou mesmo o que minha mãe passou na época, com todo mundo falando do filho dela? As pessoas perderam a noção, destroem a vida dos outros sem nem saber o que de fato aconteceu.”
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