A tensão continua no quilômetro 99 da RSC-287, em Santa Cruz. Enquanto os operários tentam prosseguir com a obra de duplicação da rodovia, o agricultor e industriário aposentado Geraldo Artur Eidt, 66 anos, protesta para defender a vertente de água que é utilizada para o consumo da família. Já entrou com queixas formais no Ministério Público e o processo está em andamento.
Eidt diz que “dará a vida, se for preciso”. Chega a desafiar os trabalhadores do consórcio Ebrax-Iccila quando se aproximam com o maquinário. Segundo ele, resíduos do processo descem barranco abaixo e contaminam a água, que está em uma Área de Preservação Permanente (APP) regularizada em 2005. “Tenho direito a essa água. Utilizo há mais de quatro décadas e quero preservar para as futuras gerações”, afirma.
Por outro lado, o consórcio garante que está com a documentação necessária para dar sequência aos trabalhos sem prejudicar o meio ambiente. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) expediu uma licença de instalação no ano passado. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) disse que entrou em contato com o Comando Rodoviário para garantir a segurança dos operários.
Publicidade
O engenheiro responsável, Fábio Medeiros, afirma que tentou dialogar com Geraldo. “Ele bloqueou com pedras e galhos. Não quer nem conversa. E está ameaçando os funcionários. Se a situação permanecer na segunda-feira, farei um boletim de ocorrência”, conta. A Gazeta do Sul procurou a Fepam para esclarecer se a obra pode afetar a APP, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.
Congestionamento
Nessa sexta-feira houve novo registro de filas na RSC-287, entre Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, em função dos reparos na rodovia. A EGR alerta que novas intervenções vão ocorrer ao longo desta semana, porém, nenhuma de impacto tão intenso como a da última quarta-feira, quando a colocação de bueiros na rodovia gerou congestionamentos de cinco quilômetros.
Publicidade
This website uses cookies.