Não é novidade dizer que o tabaco brasileiro tem sua qualidade e procedência reconhecidas ao redor do mundo. Segundo maior produtor mundial, o País é também líder em exportações. E isso se deve, especialmente, ao comprometimento daqueles que produzem conscientes do valor social e econômico da cultura. Muito antes de as folhas viçosas e alaranjadas serem comercializadas aos mais diversos países – são 107 importadores no total –, os produtores estão na linha de frente para garantir a melhor produtividade, desde que as mudas começam a ser transplantadas para a lavoura.
Em inúmeros casos, eles são mantenedores de um zelo já herdado. Como exemplo pode ser citado o produtor Joel Junkherr, 53 anos, da localidade de São José da Reserva, em Santa Cruz do Sul. Com 38 anos dedicados à cultura, foi aos 18 que começou a plantar, tão logo seu pai, Valdemar Junkherr, trocou a produção de fumo para se dedicar ao cultivo de milho e soja e também à criação de gado. Joel assumiria não só propriedade e a pequena estufa convencional, na qual seu pai fazia a cura dos 30 mil pés que costumava produzir, em média, mas também o compromisso de dar continuidade às boas práticas da propriedade.
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Foi com esse direcionamento que ele passou dos primeiros 15 mil pés plantados para os atuais 250 mil. E já chegou a 300 mil pés em safras anteriores. Todo o empenho colocado na terra, na propriedade e em sua força de trabalho tornaram Junkherr referência no segmento – primeiro junto à BAT Brasil, indústria para a qual fornece a produção desde que iniciou na atividade e que o selecionou como um de seus “produtores de visita”. E, por conseguinte, também para o mundo, já que há mais de dez anos ele recebe em sua propriedade a visita de diversos grupos, vindos de vários países e que possuem ligação com o setor.
Desde trainees (que atuam internamente na indústria) até compradores, membros de empresas e indústrias, além de produtores de outras regiões ao redor do mundo, são recebidos por Junkherr e têm a oportunidade de conhecer como é o processo produtivo. “As visitas ocorrem o ano todo, conforme a demanda da indústria. Eles vêm para conhecer o produto na lavoura, conferir como é o plantio e para implantar as técnicas nos seus países de origem”, explica Junkherr. Entre as visitas mais comuns estão as de americanos, japoneses e indianos.
“Aqui a gente consegue produzir qualidade e mostrar que o tabaco não é o vilão. Infelizmente, o produto ainda é criminalizado e tem a fama de receber muito agrotóxico durante sua produção, mas não é bem assim. Eu sei o que estou produzindo e, além disso, é o tabaco que garante também a geração de emprego e renda para muitas famílias”, reforça.
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Investimentos não cessam
Quando iniciou na cultura, Joel Junkherr não imaginava se desenvolver tanto no segmento, tampouco fazer os investimentos que fez. Na propriedade de 11 hectares, 7,5 são ocupadas por tabaco. O total cultivado, no entanto, chega a 18 hectares, somando com a área arrendada. Já nos primeiros anos investiu em estufas convencionais e depois nas elétricas, até chegar na tecnologia de ar forçado e folha solta. Hoje tem cinco dessas estufas, cuja principal vantagem é a secagem mais rápida, o que otimiza o tempo.
Além disso, benfeitorias e investimentos foram feitos na propriedade, como a colocação de piso entre as estufas, de brita ao redor da propriedade, compra de maquinários para auxiliar na plantação e na colheita e a instalação de 70 placas solares para reduzir o gasto com energia. Na lavoura, cita a utilização da fertirrigação, há seis anos, e que visa, sobretudo, adubação via sistema de caixa d’água e que funciona por gotejamento.
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Para o produtor, é um diferencial trabalhar com qualidade e organização. Esses dois fatores também o destacam no comércio local, já que foi prontamente citado como exemplo pela equipe da Agro Comercial Kist & Heemann, que o atende no fornecimento de insumos para a propriedade.
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