O ambiente agora é super V.U.C.A. (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo). Precisamos sair da armadilha do imediatismo do curto prazo e estender a visão para o horizonte de longa data, sem perder de vista o momento atual. Eleições importantes se aproximam e mostram como o poder mudou de mãos. O mundo recomeçou em um novo tom, e temos perspectivas ainda muito nebulosas. Uma segunda onda da Covid-19 é bastante provável nos próximos meses.
2021 dá sinais de que se tornará o ano de saída deste que foi o evento mais impactante dos últimos 80 anos. Ainda não estamos no pós-pandemia, que já promete desdobramentos e novos ciclos. Esse evento não foi uma surpresa para quem projeta futuros, e com ele, talvez possamos ficar mais atentos aos sinais de mudança que se anunciam todos os dias. “Novo normal” é mais um termo da moda, que nos condiciona a formatos pré-estabelecidos em um ano que ninguém sabe nada do que vem pela frente. A nova cultura global já está valendo, e deve alcançar seu ritmo apenas em 2022.
O mercado brasileiro segue colonizado pela onda da inovação americanizada, e os encantadores do Vale do Silício vêm perdendo o brilho, porque o modelo já se tornou status quo. Inovar virou cultura. No entanto, a maioria das empresas ainda continua mergulhada na inovação incremental, respondendo às novas demandas e apostando no que já virou commodity no mercado: startups, apps e digitalização.
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Uma parte importante, sem dúvida, mas que está longe de representar futuros transformacionais. A visão de curto prazo é medíocre, operacional, e requer um plano de voo robusto com estratégias plurais e diversificadas. Muitos ainda confundem digitalização dos negócios com tecnologia e automação, ou e-commerce, e isso alimenta uma falsa sensação de que inovar é estar em dia com a preparação para o futuro.
Empresas de grande porte olham para 2030 com as mesmas premissas de sempre: ser o maior em sua área, dominar o segmento, avançar com projetos desencontrados sem uma estratégia ou prospectiva de futuros plurais. Será condição de sobrevivência criar o que ainda não existe. Todas as empresas e todos os profissionais terão que construir o mindset orientado para o futuro, e fazer uso das metodologias de Estudos de Futuros para construir futuros estruturados não acidentais. Trends e cenários são insuficientes para a estrada de longo prazo.
Na próxima década, nada será mais importante do que restaurar nosso planeta, esse é o chamado. Negócios, governos e cidadãos precisam estar a serviço dessa causa coletiva, ou nenhum de nós terá um futuro decente e digno para usufruir. É tempo de fazer propósito e lucro andarem juntos, de ampliar a consciência, agir com retidão e coragem para quebrar o que não funciona mais e investir no que será daqui para a frente.
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