Lissi Bender

Promover línguas é promover prosperidade

Die Grenzen meiner Sprache bedeuten die Grenzen meiner Welt.” – As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo. Ludwig Wittgenstein. Em nosso Estado, continuam vivas diversas línguas, principalmente as advindas da intensa imigração promovida no passado. “Línguas e culturas locais são patrimônio imaterial dos povos e comunidades do Rio Grande do Sul.”

Com esse entendimento, o dia 21 de fevereiro passou a ser o Dia Estadual da Língua Materna e das Línguas e Culturas do Rio Grande do Sul – por meio do projeto de Lei nº 36/2020. A propósito, 21 de fevereiro também é o Dia Internacional da Língua Materna, definido pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Em se tratando da língua alemã, as Embaixadas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e Suíça realizarão – em parceria com seus consulados e parceiros culturais – a sétima edição da Semana da Língua Alemã. Neste ano será realizada entre os dias 12 e 19 de abril.

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Toda programação será gratuita e deverá incluir “filmes, música, aulas de alemão, workshops, exposições, palestras sobre bolsas de estudos e Dia das Portas Abertas”. A intenção é ofertar a todos diferentes oportunidades para conhecer mais o idioma alemão e também saber mais sobre “a cultura e a vida nos países onde o alemão é falado”. Com esse objetivo, também diversas instituições e escolas devem se envolver com programações nas mais diferentes localidades.

Todas essas ações demonstram o quanto a diversidade linguística e cultural no Rio Grande do Sul é importante para o engrandecimento de nosso Estado. O conhecimento de línguas amplia as fronteiras de conhecimento de mundo. Língua suporta cultura, participa da identidade do lugar em que é falada. Na língua regional habita enorme potencial promotor do desenvolvimento, seja ele individual ou de toda uma comunidade.

No Rio Grande do Sul, diversas línguas são faladas para além do português. Por estes pagos também soa o italiano, o polonês, italiano, alemão, além de muitas outras. De todas as línguas faladas no país, o alemão (e seus dialetos, conhecidos como alemão do Brasil) é o mais falado depois da língua portuguesa.

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Segundo estimativas, no Brasil 3 milhões de pessoas falariam alemão, ou algum dialeto, e um milhão de pessoas seriam falantes da língua italiana, do Veneziano, conhecido como Tailan. A maioria desses falantes estariam concentrados no Sul e no Sudeste.

Volvendo um olhar para a língua alemã falada por muitas pessoas em nossa região, cabe um olhar para o potencial de desenvolvimento individual e coletivo que ela representa. Esse desenvolvimento, no entanto, requer reconhecimento e valorização de nossos representantes do poder legislativo e executivo.

Faz-se necessário que o setor público, instituições e mídia criem mecanismos que favoreçam a recognição e o cultivo do segundo idioma mais falado. A partir disso, novas pontes entre nossa região e países de língua alemã na Europa poderão ser construídas. Línguas são preciosos elementos de ampliação de conhecimento, de contato, de diálogo e de fomento ao desenvolvimento.

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Inúmeras são as possibilidades de desenvolvimento, seja no âmbito pessoal e ou coletivo. Relações mediadas pelo idioma alemão podem ser estruturadas nas esferas cultural, científica, econômica, turística, gastronômica, tecnológica, entre outras.

Para isso ser possível, nosso alemão precisa ser desvestido de sua invisibilidade e ter seu valor reconhecido. Precisa ser incentivado, precisa ser promovido. Ele é patrimônio de Santa Cruz do Sul.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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