Uma reunião especial debateu nessa segunda-feira, 14, a polêmica mudança de local do Santuário de Schoenstatt, em Santa Cruz do Sul. Sem a presença de representantes das Irmãs de Maria, o encontro, solicitado pelo vereador Francisco Carlos Smidt, o Carlão, do PSDB, teve a participação do promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, e das presidentes da Associação Pró-Turismo de Santa Cruz do Sul (Aprotur), Leoni Kessler, e do Conselho Municipal de Turismo, (Comtur), Luciana Tremea. Pelo Executivo, falou a secretária de Desenvolvimento e Turismo, Carina Inês Panke da Silva.
O vereador destacou a importância do santuário para a comunidade santa-cruzense. Carlão reiterou que existem questões humanas que não podem ser ignoradas.
Também reconheceu o trabalho que as irmãs já desenvolveram no local em prol dos santa-cruzenses. Porém, frisou que a área é da comunidade e, assim como as pessoas foram chamadas a auxiliar na construção do local, a comunidade deve ser chamada a discutir sobre uma possível saída do santuário da área que ocupa, na BR-471 – um terreno de 29,5 mil metros quadrados. “A fé me faz imaginar que as irmãs irão repensar suas decisões”, disse o vereador ao final de sua fala na Câmara.
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Representando o prefeito Telmo Kirst, a secretária Carine Panke disse que a Prefeitura não está apenas assistindo, passiva, à situação. A secretária lamentou a falta de resposta das religiosas às diversas tentativas de diálogos, que, segundo ela, ocorrem desde fevereiro de 2019, quando a intenção da venda do terreno já era apontada pelas irmãs de Schoenstatt. A secretária voltou a ressaltar que existe a proposta da Prefeitura em colocar vigilância 24 horas no terreno do santuário, para acabar com a insegurança citada pelas religiosas como motivo para sair do local.
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O promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, revelou que, em sua reunião com as Irmãs de Maria, em 9 de dezembro, foi informado de que a decisão da venda do terreno por parte das religiosas não é imediata. Em sua fala na Câmara de Vereadores, ele ressaltou que o objetivo do local deve ser mantido, e que a lei de 1975 é clara sobre a utilização do terreno.
A venda a terceiros por parte das religiosas significaria uma quebra da finalidade da área, doada pelo Município para um propósito específico, de erguer o santuário. Disse ainda que a própria mudança para o Centro, sem a previsão concreta de erguer um novo local com a mesma finalidade, como ocorre no momento, significa a quebra do contrato.
O promotor acrescentou que, mantido o interesse das religiosas em vender o terreno com um fim incerto, o MP agirá contra a ação. Apesar disso, ele deixou claro que as irmãs não têm a intenção de fazer a venda imediata do local e propôs um período de transição, no qual se possa manter os serviços ao público até que um eventual novo local seja definido para a instalação do santuário. O promotor deu prazo até o mês de janeiro para receber uma resposta.
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Procurada pela Gazeta do Sul, a assessora de Comunicação das Irmãs de Maria, irmã Rosequiel Fávero, disse que a escolha das religiosas em se mudar para o Centro vai possibilitar uma maior proximidade com os fiéis. Além da questão da insegurança a que as religiosas estão expostas, em um terreno extenso e pouco habitado, um novo lugar para o santuário aumentaria os atendimentos.
Atualmente, o altar e a estátua do fundador do Movimento de Schoenstatt, o padre José Kentenich, estão em uma residência na Rua Thomaz Flores. As religiosas dizem que ali já atendem um público bem maior do que o que aparecia na BR-471.
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“O fato é que as pessoas não vinham mais ao santuário. Principalmente os encontros das comunidades do Movimento de Schoenstatt não estavam acontecendo, ou somente com muita dificuldade, pelo medo que as pessoas tinham de chegar ou sair. Com o santuário ‘lá em cima’, só os privilegiados, de carro, podiam chegar. Foi principalmente pelos grupos do movimento que, felizes, fazem seus encontros agora junto ao santuário (no Centro), que ousamos mudar.”
A irmã Rosequiel frisou que a intenção do movimento não é deixar Santa Cruz, e que nenhuma possibilidade está descartada. Explicou também que as irmãs não tiveram representantes na reunião dessa segunda-feira em virtude da falta de tempo na sua agenda.
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