O tenista apontado como promessa, o australiano Thanasi Kokkinakis, revelou que recebeu propostas para perder partidas de propósito em troca de dinheiro. “Essas pessoas saíram do nada, e me enviaram mensagens no Facebook, dizendo: ‘te daria tal quantia para entregar uma partida’. Sempre procuro bloquear esses contatos para me livrar desse tipo de coisas e focar no meu jogo”, afirmou em entrevista à rádio 3AW.
Desde que a BBC e o portal BuzzFeed fizeram denúncias sobre o fato de 16 membros do top 50 do tênis mundial já terem se envolvido em casos de manipulação de partidas na última década o clima está tenso no esporte. De acordo com o BuzzFeed, “mais da metade” dos envolvidos estão participando da edição atual do Grand Slam australiano, que começou na segunda-feira.
Além do australiano, o próprio Novak Djokovic, número um do mundo, admitiu ter sido abordado em 2007, quando disputava um torneio na Rússia, para entregar um jogo. Segundo ele, haviam lhe oferecido 200 mil dólares. O ex-tenista britânico Arvind Parmar também revelou ter sido alvo da máfia das apostas ilegais, em um torneio Challenger (espécie de segunda divisão do circuito principal), na Holanda, em 2004.
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“Me ofereceram um envelope cheio de euros para perder em dois sets, apenas uma hora antes de entrar em quadra”, relatou Parmar, de 37 anos. “Ele me mostrou o dinheiro e disse que eu tinha que perder em dois sets. Parecia nervoso, e depois de falar algumas palavras, tentou colocar o envolope na minha mão”, continuou o britânico. “Era uma quantia importante, dezenas de milhares de euros, muito mais do que eu teria ganho se tivesse sido campeão desse torneio, e muito mais do que muitos jogadores do meu nível ganham em um ano”, contou Parmar.
O britânico Andy Murray, número dois do mundo, pediu mais transparência no esporte. “Como atleta, eu quero estar a par das coisas que acontecem”, disse o tenista em entrevista à BBC, em Melbourne. “Algumas alegações podem estar certas, outras não. Mais sou muito curioso e quero saber. Acho que o nosso esporte, em geral, precisa ser mais transparente”, insistiu.
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