A proliferação de algas nos açudes da propriedade do taxista Rui Soder, no Bairro Arroio Grande, em Santa Cruz do Sul, causou a morte de diversos peixes que ele mantinha para consumo próprio. O problema começou há cerca de 20 dias, no final de dezembro do ano passado, quando a água adquiriu um aspecto verde que cobria toda a superfície dos reservatórios. Com o passar dos dias, uma espécie de gosma apareceu e, posteriormente, os peixes começaram a morrer.
“Agora até que parece normal, ela começou a voltar a esse aspecto na semana passada. Mas, antes disso, você olhava para o verde das árvores e para a água e não tinha diferença, era totalmente verde”, conta Soder, que procurou a Gazeta do Sul na quinta-feira, 14, pois disse não saber mais a quem recorrer em busca de uma solução ou explicação. Ainda é possível ver na superfície os resíduos deixados pelas algas.
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A água dos açudes vem de uma vertente em um dos morros ao lado, que forma um riacho e corre por dentro da propriedade. Com a mortandade dos peixes, que ficaram boiando nos açudes, os urubus não tardaram a chegar para comer as carcaças, que ainda podem ser vistas em alguns pontos.
Conforme o biólogo Andreas Köhler, professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a causa da morte dos animais é a proliferação de algas. Ela acontece pela presença excessiva de nutrientes na água e é intensificada com as altas temperaturas dos últimos dias. O material produzido por essas algas (vivas e mortas) pode produzir toxinas, que causam a morte dos peixes.
Esse processo é conhecido como eutrofização. “Emergencialmente, o que se deve fazer é aerar os reservatórios com bomba de ar e, posteriormente, diminuir e acompanhar a quantidade de nutrientes na água”, explica.
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