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Projetos para dar nome de rua foram aprovados

Três projetos para darem nome de rua foram aprovados na sessão da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul na sessão desta segunda-feira, dia 8. Com a pauta de votações “em dia”, como pronunciou o líder do Governo, vereador Edmar Hermany (PP), apenas três projetos a pedido dos autores das propostas foram colocadas em votação.

De autoria da vereadora Rejane Maria Nunes Frantz Henn (PT) foi aprovado o projeto de lei que dá nome de rua Mustafa Husni Hasan Ali. Ele nasceu em 15 de agosto de 1933, em Saffa Village, distrito de Ramallah, na Palestina. Nascido em uma família humilde, filho de agricultores, teve pouca oportunidade de estudo e foi obrigado, muito cedo, a ajudar no sustento da família. Seu primeiro trabalho foi transportar, de camelo, mercadorias como pedras, madeira, trigo e azeitonas entre cidades e vilas da Palestina. A rota que mais gostava de fazer era entre Jerusalém e Ramallah, pois em Jerusalém, principalmente nas sextas-feiras, (dia sagrado para o islamismo) participava da cerimônia religiosa na mesquita de Ali Aksa, de cúpula dourada, na esplanada das mesquitas. Com o passar do tempo, construiu uma pequena casa de apenas uma peça, feita à pedra e casou-se com Badiah.

Ali, aos 20 anos ingressa no serviço militar no Exército Jordaniano, onde foi cabo da Artilharia Motorizada. Mesmo inconscientemente, o destino do jovem mascate já estava traçado. Primos e amigos haviam migrado para o Brasil e escreviam cartas contando das maravilhas naturais e de tantas oportunidades que existiam no novo mundo. Então, tomou a decisão de emigrar ao Brasil para trabalhar, fazer dinheiro e regressar.

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Em 15 de dezembro de 1961, partiu da Palestina com destino a Porto de Santos, deixando a esposa e os três filhos. No Porto de Santos, cheio de esperança, foi recebido por um amigo ao qual entregou os cinco dólares que lhe deu em troca uma mala de roupas infantis para vender e uma passagem de ônibus para Brasília que, na época, estava sendo construída.

Chegou a Brasília no dia 17 de dezembro, iniciando o trabalho de mascate, sendo que ia de porta em porta das residências abrindo a mala, vendendo roupa infantil. Tão logo vendesse tudo, voltava para São Paulo entregar o dinheiro da venda, dividir os lucros e pegar mais para vender. A dificuldade de idioma era imensa, usou gestos, sorriso e muita força de vontade nestes dois anos de mascate.

Em 1963, veio visitar o seu irmão em Bagé, passando por Santa Cruz do Sul. A paixão pela cidade foi à primeira vista. Depois de visitar seu irmão, decide regressar e se estabelecer. Abriu a Casa Oriental, na Rua Marechal Floriano, nº 783, onde hoje está localizada a Loja Pompéia. Estabelecido, decidiu trazer a esposa em 1965. Em 1966 nasce seu primeiro filho brasileiro de um total de quatro filhos brasileiros. Em 1983, naturalizou-se brasileiro e então, fez de Santa Cruz do Sul seu paraíso, onde recebia sempre aos seus familiares e patrícios, com muito orgulho. Fez parte de diversas entidades sociais e empresariais. Ele era muito conhecido pelas suas atividades comerciais e uma pessoa muito bem quista pela sociedade santa-cruzense. Fez dos cafés da rua Marechal Floriano seu roteiro diário de conversas, discussões e risadas. Foi proprietário do primeiro café com mesinhas espalhadas pela calçada da Rua Marechal Floriano. Faleceu em 02 de março de 2006 de ataque cardíaco.

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Também de autoria da vereadora Rejane Maria Nunes Frantz Henn foi aprovado o projeto para a nomeação da rua Palestina.

Mario Bicca Pires

Já de autoria do vereador André Scheibler (SD) foi denominado via pública de rua Mario Bicca Pires. Ele era natural de Rio Pardo, nascido aos 19 de novembro de 1908, na localidade de Dois Cerros, filho de Ramona Bicca Pires e Horminio Simões Pires, veio a falecer aos 105 anos. Até os 97 anos foi uma pessoa muito ativa, além de comerciante, trabalhou também com extração de minerais, agricultura e criação de gado.

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Valorizava a educação e como não havia escola em sua localidade, providenciou a construção de uma sala de aula na própria residência. Encaminhou a solicitação à Prefeitura e acolheu a primeira e as demais professoras.

Mario veio com a família para Santa Cruz do Sul, em 1953, estabelecer residência com seus nove filhos para dar continuidade aos estudos dos jovens, instalando-se na Rua Martin Buff, onde morou por muitos anos, fixando residência posteriormente na Rua Demétrio Ribeiro.

Nos últimos anos, mantinha sua chácara em Dois Cerros, hoje pertencente ao município de Pantano Grande, juntamente com uma de suas filhas, Constancia, onde construiu, em sua propriedade, uma capela em honra a Nossa Senhora das Graças. Mario era um homem simples, alegre, comunicativo, justo, com muitos amigos e estimado por todos. Sempre teve uma palavra de Fé e Sabedoria, apreciando muito a presença dos filhos, além de mostrar um carinho muito especial aos netos, bisnetos e trineta.

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Apreciador da leitura, era um hábil contador de histórias, amava a vida e apreciava imensamente os encontros familiares, de modo especial os motivados pelo seu aniversário, em que, além de seus familiares, participavam muitas pessoas do seu círculo de amizades. Seus filhos eram Maria do Carmo, Maria Clara, Benedito, Constancia, Rafael, Luiz Miguel, Veronica, Maria Sueli, Lete, Lelis e Espedito Israel, sendo que estes últimos três são falecidos.

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