Em alusão ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil, a Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, localizada no Bairro Santo Antônio, em Santa Cruz do Sul, apresentou o projeto LeoAfro. A iniciativa, com programação especial nesta semana, teve espetáculo teatral, poesia e fruição poética, exibição e debate de curta-metragem, mostra artística e literária, escutas e diálogos sobre ser negro e negritude.
Na manhã dessa quinta-feira, 23, os alunos puderam acompanhar a peça teatral Iya Dudu, apresentada pelo ator Sérgio Rosa. O ativista negro disse que é preciso desconstruir a palavra “empatia”, para que ela possa ser colocada em prática em seu verdadeiro significado. “É preciso se colocar no lugar do outro, mas não aquele parecido comigo, e sim das pessoas com realidades diferentes”, afirmou. Sérgio disse ainda que sente-se como um agricultor em cima de um palco, que planta a melhor semente nas pessoas. “As crianças são nosso futuro, mas só se acreditarmos no potencial delas no presente.”
LEIA TAMBÉM: Conferência dos Direitos da Pessoa com Deficiência aborda a inclusão
Publicidade
A idealizadora do LeoAfro e professora de Língua Portuguesa na Leonel Brizola, Ana Paula Porto, explica que o nome do projeto, que teve apoio da escola, é uma referência da afrocultura e do nome da instituição. “A semana se deu por questões extremamente importantes para a formação dos alunos, pela valorização das pessoas negras em uma perspectiva antirracista”, explica. Segundo Ana Paula, é preciso lutar contra o racismo estrutural que perdura na sociedade. “Nosso compromisso, como professores e instituição educacional, é trabalhar essas questões.”
Importância
Entre os alunos que estiveram no pátio da escola acompanhando a peça Iya Dudu estava Catarina Frantz, de 15 anos. Frequentadora do 9º ano, ela contou que contribuiu com o projeto semanal por meio da produção de poemas e leitura de histórias. Inclusive, alguns trabalhos de Catarina estavam expostos na escola. “Foi muito legal produzir as atividades para vermos o quão importante é essa questão da afrocultura, porque nem todas as pessoas têm essa visão”, comentou.
LEIA TAMBÉM: Mostra de trabalhos une arte e conhecimento em Sinimbu
Publicidade
As obras também ajudaram a difundir o conhecimento sobre o antirracismo, disse Catarina. “Às vezes as pessoas acabam sendo racistas, isso é estrutural, por isso esses trabalhos são importantes.” Segundo a aluna, só os negros sabem o que passam diariamente e iniciativas como o LeoAfro são importantes para o compartilhamento de informações na sociedade. “Dá para ver que todos participam e gostam. Achei muito legal essa semana, que já tínhamos antes, mas não com essa dedicação.”
LEIA MAIS NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
Publicidade