O projeto “3 cineastas, 3 décadas” levará à comunidade santa-cruzense o trabalho de três renomados cineastas: Agnès Varda, Wim Wenders e Pedro Almodóvar. Criada pelo professor Josmar de Oliveira Reyes, a iniciativa tem como objetivo fomentar a divulgação do cinema através da exibição e debate das produções. Os encontros, gratuitos e abertos ao público geral, serão realizados no auditório do Memorial da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), nos meses de julho, agosto e setembro deste ano.

Reyes conta que a proposta inicial era maior e pretendia abordar não apenas mais décadas, mas também o cinema latino-americano e asiático. O orçamento, contudo, exigiu um enxugamento das atividades previstas. “Com isso, o foco será o cinema europeu das décadas de 1960, 1970 e 1980 e essa diversidade de homens e mulheres”, detalha.

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Cada encontro vai girar em torno de um cineasta. No dia 3 de julho, será exibido Cléo das 5 às 7, de Agnès Varda; em 7 de agosto, Tóquio-Ga, de Wim Wenders. A última sessão, marcada para 16 de setembro, terá Mulheres à beira de um ataque de nervos, de Pedro Almodóvar. Após cada exibição – todas às 19h30 -, um debate será conduzido por Reyes e Ricardo Pohlmann. De acordo com Reyes, o debate e a reflexão a partir dos filmes são os grandes propósitos do “3 cineastas, 3 décadas”

“Para não ficar somente na exibição, mas entender que o cinema precisa ser refletido e discutido.” Reyes também é o idealizador do Amigos do Cinema e reforça a ideia de criar um público mais atento, curioso e diverso quanto às produções cinematográficas. Os debates serão gravados, editados e posteriormente estarão disponíveis em um canal no YouTube. O projeto foi contemplado com recursos da Lei Paulo Gustavo e conta com incentivo do Município de Santa Cruz do Sul, Secretaria Municipal da Cultura e Governo Federal.

Conheça os cineastas

Agnès Varda nasceu em Bruxelas, na Bélgica, em 1928, mas viveu na França durante toda a vida. Foi marcante por assinalar o engajamento das mulheres no cinema, com filmes marcados por personagens femininas de grande destaque. Foi importante ainda por ter transitado entre a ficção e o documentário, tudo isso em uma longeva carreira de mais de 60 anos. Morreu em março de 2019, aos 90 anos, em Paris.

Ernst Wilhelm “Wim” Wenders nasceu em Düsseldorf, na Alemanha. em 1945. Marcou uma nova geração no cinema alemão na década de 1970 e ganhou dimensão internacional nos anos 1980, após receber a Palma de Ouro no Festival de Cannes por Paris, Texas e o prêmio de melhor direção por Asas do Desejo. Com mais de 50 anos de carreira e quase 80 de idade, Wenders segue produzindo. Seu último trabalho foi Dias Perfeitos, lançado no ano passado.

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Talvez o mais reconhecido dos três para o grande público, Pedro Almodóvar nasceu em Calzada de Calatrava, na Espanha, em 1949. Iconoclasta e inserido na cultura LGBTQIAPN+, causou alvoroço no cinema espanhol e mundial na década de 1980. O reconhecimento veio a partir de Mulheres à beira de um ataque de nervos, de 1988. Assim como Wenders, Almodóvar continua na ativa, escrevendo e dirigindo filmes. Seu próximo trabalho, ainda sem nome em português, tem lançamento marcado para outubro deste ano e será a primeira produção do diretor espanhol em inglês.

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