Um projeto de publicação de livros no âmbito do site GenealogiaRS, e com a mobilização de dezenas de autores, agrupou valiosas informações sobre famílias oriundas da Alemanha e estabelecidas em território gaúcho. O quarto e último volume resultante desse esforço foi lançado em 21 de dezembro, em Porto Alegre. E vários dos colaboradores da obra Famílias de origem alemã no Rio Grande do Sul são naturais do Vale do Rio Pardo ou têm vínculo com a região.

A primeira obra dessa coleção, viabilizada em formato cooperativado, surgiu em 2015, então sob liderança do pesquisador Nélio Schmidt, que estava à frente do GenealogiaRS. Com ele colaborava o engenheiro André Luís Hammann, natural de Três de Maio e radicado em Horizontina, como um dos revisores de conteúdo. O primeiro volume contemplou cem sobrenomes de famílias alemãs que se estabeleceram no Estado; no ano seguinte, um segundo livro trouxe mais uma centena de famílias. Porém, como explica Hammann, a equipe chegou à conclusão de que era preferível reduzir o número de sobrenomes à metade, mas permitir que os autores ampliassem as informações sobre cada família.

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Assim, em 2017 veio o terceiro livro, com 50 famílias. E desde então estava em efetivação o quarto volume, agora lançado, com o qual o projeto contemplando o Rio Grande do Sul foi encerrado. Nessa obra, 31 autores assinam artigos que contemplam 50 sobrenomes. Editado pela ZMulti, o livro resultou em 752 páginas, e pode ser adquirido junto aos diversos colaboradores, ao preço sugerido de R$ 100,00. Nélio Schmidt, que faleceu no ano passado, foi homenageado, e agora Hammann se empenha em levar o projeto adiante.

De Santa Cruz e região, vários autores contribuíram: dois são de Santa Cruz (Paulo Oscar Christ e Heidi Collischonn Biehl), um refere Candelária (João Riél de Oliveira Brito), um de Vera Cruz (Richard Doern), um de Novo Cabrais (Rubinei José Weber Butzke) e um de Passo do Sobrado (Cassiano Thiesen Fagundes). E ainda seu Aldino Bernardo Dick, santa-cruzense radicado em Novo Hamburgo, que escreveu sobre os Dick. Está contemplada ainda Agudo, pois André Hammann escreveu sobre seu ramo paterno, que originalmente, no Estado, se fixara nesse município.

O próximo passo é abranger todo o País

Se o projeto sobre a fixação da genealogia de famílias alemãs do Rio Grande do Sul é dado como encerrado com os quatro volumes lançados, referindo um total de 200 sobrenomes, uma nova frente de ação surge. O novo plano de ação, conforme o pesquisador André Luís Hammann, é estender esse mesmo esforço para ramos familiares germânicos que se estabeleceram originalmente em outros estados. E um primeiro volume deve vir a público ainda em 2025.

Com o falecimento de Nélio Jair Schmidt, em 5 de setembro de 2024, aos 77 anos, ele que era o diretor do grupo de estudos GenealogiaRS, de certo modo Hammann está assumindo levar adiante a coordenação dessa equipe, que se dedicara com afinco a levantar o máximo de informações sobre famílias oriundas dos territórios de língua alemã em toda a Europa.

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Ainda que seja natural de Três de Maio e resida em Horizontina (como engenheiro, ele trabalha junto à John Deere, fabricante de máquinas e implementos agrícolas, na unidade de Montenegro), Hammann tem laços familiares com a região. Seu avô por parte de pai deixou a área serrana de Agudo (Linha Nova e Linha dos Pomeranos) para se fixar nas novas colônias do Noroeste do Estado.

Mais recentemente, na companhia do alemão Johannes Marschke, que costuma passar temporadas no Rio Grande do Sul, André Hamann visitou Agudo justamente para rever a região na qual a sua família ainda tem parentes.

Ele entende que o formato de viabilização dos livros coletivos sobre genealogia se mostrou muito acertado, uma vez que, no conjunto, os autores de diferentes localidades gaúchas contemplaram sobrenomes tradicionais em todas as áreas de imigração. Além dos artigos específicos assinados pelos coautores, que se cotizam na viabilização financeira com a aquisição de cotas dos livros, em cada volume um especialista foi convidado para elaborar um artigo ou estudo mais longo, de abertura, sobre tema relevante.

Um deles foi sobre as principais razões ou sobre os motivadores para a emigração, na Europa do século 19; outro sobre as características gerais do Hunsrück, região da qual partiu um grande número de famílias rumo ao Rio Grande do Sul; outro sobre Martin Lutero e seu legado, este em 2017, quando se comemoravam os 500 anos desde a Reforma Protestante; e, por fim, no quarto volume, um estudo sobre os pomeranos (originários do litoral do Mar Báltico) e as localidades nas quais se fixaram em território gaúcho.

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A expectativa de Hammann é de que a nova frente de estudos genealógicos, agora com abrangência nacional, venha a contribuir para um maior conhecimento sobre as famílias. Ao mesmo tempo, promoverá a integração e a aproximação entre os estudiosos de todas as áreas de colonização alemã em diferentes estados.

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