“(Re)conhecer o passado, olhares ao futuro”. A frase dá título ao trabalho desenvolvido pela turma 201 do Curso Normal da Escola Estadual de Educação Básica Padre Benjamim Copetti, de Sobradinho, selecionado entre 50 projetos para representar o Rio Grande do Sul em evento na capital federal.
Orientados pela professora e conselheira Luciane Aparecida Fardin, que trabalha diversas disciplinas com a turma (entre as quais História da Educação), os estudantes uniram a sugestão da docente, surgida a partir de um trabalho com o 4º ano da Escola Municipal Seomar Mainardi, no qual o foco centrava-se em uma mostra sobre o Município de Sobradinho para a Feira de Ciências. Entusiasmados para contribuir com os pequenos, através de uma sala temática, a partir daí os jovens viram a necessidade de ajudar a manter viva a história local e, para isso, criar um ‘produto’ a ser consumido pelas novas gerações.
A iniciativa busca fazer um resgate da história e da cultura de Sobradinho, com a utilização de inteligência artificial e de um óculos de realidade virtual. “A nossa ideia inicial era construir um site onde pudéssemos reunir arquivos e livros que contam a história do município. Depois pensamos em incluir uma parte com histórias contadas pelos próprios moradores, para assim conseguir fazer um grande resgate, além de oportunizar fácil acesso e um material muito bom para o trabalho em sala de aula. A partir daí também tivemos a ideia de criar um óculos de realidade virtual mostrando o Sobradinho do passado, do hoje, e as projeções em um futuro bom e outro ruim. Já testamos com crianças e adolescentes, os quais destacaram ser uma forma muito legal de aprender. Dessa forma nosso intuito também é mostrar a eles como suas ações afetam o futuro, tendo uma ideia de como a cidade poderá ficar no ano 2.157 caso as atitudes sejam positivas ou negativas. Junto com o óculos fica acoplado um fone de ouvido, com narrações de notícias antigas e atuais, tornando mais interessante junto às imagens”, explica a aluna Ana Luíze de Lima Rodrigues, que junto com a colega Juliana do Nascimento representam a turma nesta iniciativa.
A inscrição do trabalho na II Mostra Tecnológica de Inovação da Educação Profissional foi feita nas últimas horas disponíveis, conforme a professora, mas deu certo. A 1ª etapa de seleção foi realizada pela 6ª Coordenadoria Regional de Educação, onde concorreram todas as escolas de Educação Técnica e de Curso Normal, com o envio do projeto. De todos os enviados, foram cinco selecionados e encaminhados para a Superintendência de Educação Profissional do Estado (Suepro), a qual selecionou somente dois para participarem do evento em Porto Alegre. A II Mostra ocorreu nos dias 12, 13 e 14 de setembro, no Instituto Caldeira, na capital gaúcha. Havia mais 49 projetos participantes. “O trabalho demandou muita dedicação em um curto espaço de tempo. Ainda não tínhamos tudo aplicado, mas os estudantes se uniram e conseguimos inscrever. Ainda não deu tempo nem de apresentar o trabalho para as demais turmas, mas queremos mostrar, assim como para a Administração Municipal”, salienta orgulhosa a professora.
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No último dia 15 de setembro, já de volta a Sobradinho, as representantes receberam a notícia de que o projeto da Escola Copetti estará participando, junto com mais três escolas gaúchas (de Cruz Alta, Rio Grande e Cachoeirinha) da 3ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica, que ocorrerá em Brasília, dos dias 16 a 22 de outubro. As duas alunas irão viajar até a capital federal para ter seu trabalho representando a Educação Profissional Gaúcha.
A ideia é que o site tenha constante atualização, sendo um trabalho contínuo dentro do educandário. Assim como o óculos, que possa chegar a mais escolas. Entre os desafios da atividade, segundo as participantes, está o de encontrar fotos antigas, com a datação dos acontecimentos e locais onde procurar, uma vez que, segundo elas, o material não está disponível em um único lugar. “Nossa geração também busca por mais agilidade, por encontrar esses arquivos na internet, em vídeos, com praticidade”, comenta Juliana. “Atualmente é muito difícil prender a atenção das atuais gerações e das que estão vindo, porque é tudo muito rápido, conteúdos rápidos, então a gente precisa de algo diferente, e podemos inovar a forma de ensinar com pouco dinheiro”, acrescenta Ana Luíze.
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