Você sabia que existe um projeto que incentiva a criação de abelhas no perímetro urbano? A bióloga Betina Blochtein, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e do Comitê Científico da A.B.E.L.H.A, revelou que existe um projeto para incentivar a criação de abelhas sem ferrão em ambiente urbano. Atualmente são conhecidas mais de 20 mil espécies de abelhas e o Brasil possui centenas destes insetos, incluindo abelhas solitárias e sociais. Dentre estas estão as abelhas sociais nativas do país, conhecidas como “abelhas sem ferrão”, pois possuem o ferrão atrofiado.
O RS possui 24 espécies de abelhas sem ferrão conhecidas como “mirins”, ou pelos seus nomes indígenas como jataí, tubuna e mandaçaia. A equipe da +abelhas escolheu para iniciar a produção de colônias duas espécies nativas do RS, rústicas e de fácil manejo: a mirim (Plebeia droryana) e jataí (Tetragonisca fiebrigi). A mirim, muito mansa e frágil, pertence à subfamília dos meliponíneos. É conhecida popularmente como mirim droryana, abelha-mosquito, jataí-mosquito, jataí-preta, jati e jati-preta. A espécie é muito importante na polinização de árvores e produz mel apreciado, porém escasso.
Em entrevista para o Jornal Gazeta da Serra, Betina disse que o projeto “Mais Abelhas” está em desenvolvimento e pretende popularizar a criação de abelhas sem ferrão em ambiente urbano. O hobby pode ser adotado por qualquer pessoa que tenha interesse em contribuir de forma positiva para evitar a diminuição das abelhas, causada por desmatamentos, urbanização e uso de agrotóxicos.
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Projeto já estáem Sobradinho
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Acompanhando o desenvolvimento da Startup +Abelhas, a assessora de comunicação do Tecnopuc e incentivadora do projeto, Liana Rigon, teve o interesse de presentear seu pai, Romar Rigon, com abelhas sem ferrão. “Como ainda não estamos operando comercialmente, decidimos presentear Liana com a colônia de número um da abelha mirim Plebeia droryana”, revelou Betina.
Apaixonado pela fotografia, Romar agora também registra o trabalho e dia a dia da espécie. Ele recebeu a colmeia em dezembro do ano passado. “Não precisa fazer muita coisa. O segredo é não atrapalhar o trabalho deles. Deixar em um local que não peque nem muita sombra nem muito sol e retirar qualquer obstáculo que possa interferir no pouso delas”, explica.
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A importância das abelhas para o planeta:
De acordo com os biólogos e pesquisadores da PUC-RS, Betina Blochtein e Charles Fernando dos Santos, as abelhas prestam o importante serviço ambiental quando visitam as flores em busca de alimentos. Além do néctar que coletam, e que serve como matéria-prima para a elaboração do mel, as abelhas também carregam grãos de pólen das flores para alimentar a sua próle. Nesta tarefa, chamada de polinização, elas transportam grãos de pólen para a parte feminina das flores possibilitando a fecundação dos óvulos das flores e, consequentemente, gerando frutos e sementes. A dependência das plantas pela polinização por abelhas, borboletas, aves ou outros animais varia de acordo com as espécies. Um recente relatório divulgado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), documentou que 60% das 191 plantas cultivadas ou silvestres utilizadas para a alimentação humana dependem da ação de polinizadores, a exemplo das abelhas.
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