Projeto mira descartes irregulares de lixo em Santa Cruz

Problema histórico em Santa Cruz do Sul, o descarte irregular de lixo em locais como os arredores da rótula do Bom Jesus pode estar com os dias contados. É que a secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade está criando uma lei que torna de responsabilidade do Município o recolhimento de entulhos que atualmente são jogados nas ruas e em terrenos baldios de forma clandestina. Se for aprovada, a norma regulamentará a instalação de Ecopontos, estruturas semelhantes aos “papa-entulhos” e destinadas ao descarte de grandes resíduos, como móveis, materiais de construção, galhos e podas. 

Além do trevo do Bom Jesus, pelo menos dois bairros devem receber os Ecopontos, conforme explica o responsável pela pasta, Anderson Mainardi. “Ainda não definimos os locais exatos, mas avaliando a situação histórica de descarte irregular na cidade, bairros como Beckencamp e Margarida seriam pontos estratégicos”, diz. “A ideia é que os contêineres sejam móveis, podendo migrar de um bairro para o outro sempre que necessário.” De Caxias do Sul, um sistema parecido inspirou o projeto. “Fui conhecer e funciona muito bem, mas são estruturas fixas.”

Atualmente, o descarte de entulhos fica a cargo de cada cidadão. Mainardi, contudo, afirma que “está na hora de o Município tomar para si essa responsabilidade”. Com a nova lei e os ecopontos, o secretário acredita que a cidade deve ganhar um aspecto mais limpo e organizado e que problemas de saúde pública como a proliferação de animais peçonhentos e a poluição do solo poderão ser evitados. “Vejo isso desde a minha infância no município, então é um desafio para mim solucionar essas questões”, frisa.

Detalhes

O projeto deve ser anunciado oficialmente em cerca de um mês. No momento, estão sendo definidos pontos-chave do sistema, tanto estruturais quanto burocráticos. “A lei vai definir tudo: o que é um ecoponto, o que ele recolhe, quem produz esse lixo, para onde ele vai, etc. Além disso, estamos estudando se será contratada uma empresa privada ou se a própria Prefeitura vai se encarregar da coleta”, detalha. Mainardi afirma ainda que um encontro com a procuradoria-geral do município, ainda esta semana, será realizado para “arredondar todos os pontos”.