A cadeia produtiva responsável pelo desenvolvimento do Vale do Rio Pardo e uma das mais importantes do Rio Grande do Sul, a do tabaco, será pauta da quarta edição do Projeto Gerir 2024. O evento será realizado às 19h30 da próxima segunda-feira, no anfiteatro do bloco 18 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Os painelistas serão o gerente-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Edimilson Alves; o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher; e o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing.
Edimilson Alves adianta o debate sobre um tema que tem sido motivo de discussão em Brasília, tanto no Congresso Nacional quanto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele tratará dos dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs), que são proibidos no Brasil, mas liberados em mais de 80 países.
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Essa condição de ilegalidade no País, afirma Alves, faz com que o consumo ocorra de forma clandestina, pois estima-se que mais de 3 milhões de brasileiros utilizem o equipamento. “Assim, o Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 10 bilhões por ano com a proibição”, aponta. Ele alerta que, em caso de regulamentação, as empresas estão dispostas a entrar no mercado, o que poderia significar a abertura de 125 mil empregos e o investimento de mais de R$ 1 bilhão no País.
O assunto também será levantado por Valmor Thesing. Trará ao debate números e relevância social do setor, apontando para o aumento de consumidores dos DEFs. Acrescenta o fato de que tramita no Senado projeto de lei que estabelece regulamentação. De autoria da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), o texto admite que a manutenção da proibição não protege o consumidor nem tem o poder de frear o mercado ilegal. Para Thesing, a defesa da regulamentação dos novos produtos deve ser de todos, porque dela depende a participação da cadeia produtiva estabelecida no Brasil.
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Representante da entidade dos fumicultores, Marcílio Drescher enfatiza que a cadeia produtiva deve ser observada a partir de variantes, como a continuação da produção de um tabaco de qualidade a partir de uma cadeia organizada, que é referência no mundo.
“Outro ponto é o reordenamento do Sistema Integrado, uma discussão que já vem sendo realizada no Foniagro, de forma conjunta, entre as representações dos produtores e das empresas fumageiras, para a busca de soluções para os problemas que estamos enfrentando na cadeia produtiva do tabaco”, afirma.
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Área maior e mais famílias produzindo tabaco
Recentemente, a Afubra divulgou as expectativas para a safra 2024/2025 de tabaco na Região Sul. Serão 309,9 mil hectares de área plantada, apontando um acréscimo de 9,08% em relação a 2023/2024. Esse crescimento é puxado pelos paranaenses, que aumentarão em 13,63% a sua área. O Rio Grande do Sul, no entanto, continua com o maior espaço destinado ao cultivo: 131,7 mil hectares plantados.
Também deve ser anotado maior número de famílias produtores, ampliando em quase 5 mil no comparativo com a safra passada. Os gaúchos são líderes nesse quesito, igualmente, com 69,2 mil famílias na cadeia produtiva. “Viemos de duas safras que foram, para uma grande parte dos produtores de tabaco, muito lucrativas. Isso, além de levar a um aumento de área, faz com que ocorra o retorno de famílias produtoras à cultura”, diz o presidente da Afubra, Marcílio Drescher. “Porém, são fatores que causam preocupação. Esse aumento de área em época de clima estável pode acarretar uma produção alta e influenciar na remuneração do produtor.”
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