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Projeto estimula o estudo das ciências exatas

Aprenda ciências como uma menina”, dizia na foto salva no telefone celular da aluna Roberta da Silva Garcia, do sétimo ano. Aos 15 anos, ela teve o interesse despertado para as aulas de Biologia na Escola Estadual Alfredo José Kliemann, no Bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul, depois de ter participado do Meninas na Ciência. A iniciativa de uma professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), com sede no município, foca na desmistificação do estudo de ciências exatas por meio de trabalhos práticos ligados aos conteúdos obrigatórios do ensino. O primeiro ciclo do projeto encerrou-se com 15 meninas que experimentaram as ciências exatas com outro olhar.

“Aprender ciências é muito mais fácil do que a gente pensa. A prática no laboratório da escola deu outra visão para a gente. Eu gostei da biologia”, revela Roberta. Em frente ao microscópio, ela descobre as peculiaridades da vida e projeta uma possível carreira futura na área. Para a diretora da escola, Gardênia Roseli da Silva, abrir as portas da Alfredo Kliemann para projetos como o Meninas na Ciência vai além da construção do futuro de Roberta e suas colegas. Desenvolve a autoestima e a capacidade de acreditar em si mesma.

“Olhando o exemplo da professora Marta Nunes, que estudou na escola e agora retorna para essa atividade, pode ser inspirador para essas jovens. É tão bonito ver os alunos retornando à escola em que começaram a sua caminhada”, define Gardênia. Para ela, a maior satisfação é ver o brilho no olho das monitoras e das suas alunas, todas meninas envolvidas no estudo e aprendizado de ciências. “É importante mostrar que elas podem chegar mais longe”, resume a diretora.

Indiana Doerr, de 14 anos, é aluna do 6º ano do Ensino Fundamental. Para ela, ter a experiência de transformar ingredientes em produtos – como o que fabricou sabão durante uma das aulas do projeto – é animador. “É uma aula diferente, que a gente aprende fazendo a atividade”, conta.
As atividades do Meninas na Ciência ocorreram no laboratório de ciências da escola, de abril a dezembro. No primeiro ano, a ação alcançou 15 alunas da Alfredo Kliemann.

Participação
O primeiro ciclo do projeto encerrou-se com 15 meninas que experimentaram as ciências exatas com outro olhar.

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Expectativa é ampliar o número de participantes
A ficção hollywoodiana mostrou ao mundo, em 2016, que o sucesso do programa espacial norte-americano passou pela competência dos cálculos precisos feitos por mulheres negras. Estrelas Além do Tempo é um exemplo real de que a superação pode ser maior do que a dificuldade e os abismos sociais. “Elas assistiram a esse filme, que pode ser a história de qualquer uma delas nesta sala”, conta a mentora do projeto, a doutora em Química Marta Nunes, da Uergs.

Junto com ela, as alunas do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Uergs de Santa Cruz do Sul, Ketlin Worm e Tássia Silva, fecham o time que acompanha as meninas. Laura Lopes, que é aluna de educação especial, ajuda como intérprete de Libras. Uma das estudantes é surda e aprende com os sinais da voluntária que ciências é mais fácil do que se pensa.

Segundo a coordenadora do projeto de extensão, a ideia é realizar um segundo módulo neste ano. Oferecer a mais 15 ou 20 meninas o direito de conhecer as ciências exatas de uma forma mais próxima do cotidiano. “Vamos fechar os relatórios agora e torcer para conseguirmos continuar neste ano”, projeta.

Sobre as suas estrelas, a doutora em Química não esconde a satisfação que levou ela e as alunas para o laboratório da Alfredo Kliemann. “Eu estudei aqui, muitas dessas meninas são filhas de amigos e ex-colegas, daquele tempo. É sempre um prazer voltar às nossas origens e poder dar uma pequena contribuição para a escola onde começamos”, complementa Marta.

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Roberta: aprendizado para toda a vida

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