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Projeto estabelece controle biométrico para assessores

A Câmara de Santa Cruz voltará a discutir nos próximos dias a necessidade de mais rigor sobre a atuação dos cargos em comissão (CCs). Um projeto que está em vias de ser protocolado estende a todos os assessores a obrigação de registrarem frequência por meio de ponto biométrico. A proposta, porém, ainda enfrenta resistências entre os vereadores.

Atualmente, a Câmara conta com 45 CCs, dos quais apenas 11 – que são os assessores vinculados à Mesa Diretora – são obrigados a bater ponto. Já os 34 servidores que atuam nos gabinetes dos vereadores, com salário bruto de R$ 6,3 mil, não estão sujeitos a nenhum controle efetivo de assiduidade.

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A Gazeta do Sul teve acesso ao projeto, que deve ser protocolado até o fim da semana que vem. O texto foi articulado pela presidente Bruna Molz (PTB) e apresentado aos demais vereadores em uma reunião a portas fechadas na segunda-feira. Além do ponto biométrico, o projeto prevê regime de dedicação exclusiva e ensino médio completo como requisito para ocupação do cargo e estabelece que horas extras não serão remuneradas ou compensadas. Procurada na tarde dessa quarta-feira, 13, Bruna disse que o assunto ainda está sendo discutido pelos parlamentares e preferiu não se manifestar por enquanto

A medida ainda não é consenso entre os parlamentares. Um dos aspectos questionados é quanto à exigência de dedicação exclusiva, considerada muito restritiva. Outro ponto polêmico é quanto à obrigação de os assessores apresentarem relatórios sobre atividades desempenhadas fora do ambiente da Câmara – a regra não consta no projeto, mas deve ser prevista em uma portaria que será publicada após a aprovação em plenário, segundo Bruna teria informado durante a reunião. Nos bastidores, vereadores se articulam para apresentar emendas ao projeto, caso Bruna não aceite modificá-lo.

A POLÊMICA

A discussão começou em 2017. Em meio a uma investigação sobre o caso de um assessor que cumpria expediente em sua residência, o Ministério Público pediu formalmente à Câmara que adotasse regras mais rígidas para controlar o trabalho dos CCs. À época, porém, o então presidente Paulo Lersch (PT) descartou implantar um sistema de registro de frequência, sob alegação de que isso é incompatível com a atividade dos assessores.

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A polêmica voltou à tona em setembro de 2018, quando a Gazeta do Sul revelou o caso de um assessor da Mesa Diretora que, ao longo de uma semana, ficou menos de quatro horas nas dependências do Legislativo. Em reação à denúncia, a Câmara, então presidida por Bruno Faller (PDT), implantou carga horária de 40 horas semanais e controle biométrico para os 11 servidores vinculados à Mesa, que representam um quarto dos CCs e têm os salários mais altos da Casa. A medida, porém, não foi estendida aos 34 assessores dos gabinetes.

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Em dezembro, às vésperas do recesso, Faller protocolou projeto que abria caminho para a implantação de ponto biométrico para os demais assessores. Na última sessão do ano, porém, vereadores alegaram dúvidas em relação ao assunto e pediram que a votação fosse adiada. Com isso, a discussão caiu no colo da nova presidente, Bruna Molz (PTB).

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O QUE ESTÁ PREVISTO

1 – Ponto biométrico: O registro de frequência por meio de ponto biométrico, que é obrigatório apenas para os assessores da Mesa Diretora (além dos servidores concursados), será estendido a todos os CCs da Câmara, inclusive os assessores dos gabinetes.

2 – Horas extras: Os CCs não terão direito a remuneração ou compensação de horário por conta de serviços extraordinários.

3 – Dedicação exclusiva: Diferente dos assessores da Mesa Diretora, os assessores dos gabinetes não estarão sujeitos a carga horária de 40 horas semanais. O projeto, porém, prevê dedicação exclusiva, com disponibilidade de tempo integral.

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4 – Escolaridade: O projeto estabelece ensino médio como condição de investidura no cargo de assessor de gabinete. Quem já está na função, porém, terá prazo de dois anos para “tomada das providências necessárias a preenchê-las, sob pena de exoneração”.

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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