A Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) lançou nesse sábado, 8, durante a programação da 12ª Festa da Colônia, o projeto Geoparque Vale do Rio Pardo. O evento foi realizado no auditório do Sindicato Rural de Candelária, dentro do Parque de Eventos Itamar Vezentini.
O objetivo da iniciativa é favorecer a pesquisa científica internacional na área de paleontologia e fomentar o geoturismo da região. Porém, para a instalação do geoparque, a região precisa cumprir as etapas estabelecidas pelo Ministério do Turismo. Durante o evento, o prefeito Nestor Ellwanger manifestou apoio à proposta. “É de grande importância a paleontologia para os municípios e principalmente para Candelária.”
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O geólogo e responsável pelo projeto do Geoparque Vale do Rio Pardo, Enoir Greiner, falou sobre o que há na região e explicou quais são os planos dos responsáveis. Abordou aspectos como o conceito de geoparque, ações para sua criação e implantação, e aspectos relacionados à localização favorável e estrutura de gestão. Integrantes do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues finalizaram o evento com uma apresentação de dados dos 90 anos de pesquisa paleontológica em Candelária para o público.
Conforme Greiner, a iniciativa representa um avanço para toda a região. “O geoparque, sendo certificado pela Unesco, vai entrar na rota mundial. Então, vai trazer um turismo diferenciado e gerar incremento na economia.” Ainda conforme o geólogo, a próxima etapa será a ratificação da equipe do modelo gestor, que está sendo encaminhada junto da Aturvarp, e a integração com os participantes dos convênios que vão participar das pesquisas.
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A constituição do Geoparque Vale do Rio Pardo representa um marco na história do turismo da região, disse o presidente da Aturvarp, Djalmar Marquardt. “Nós temos muito a explorar. Candelária possui um estudo paleontológico de mais de 90 anos”, comentou. A meta é buscar recursos para que a valorização científica seja realizada de fato. “A partir disso, desenvolveremos economicamente e socialmente a região através do turismo e da paleontologia, que está à frente nesse processo.”
Depois de criado, o projeto precisa obter a certificação junto à Unesco. Marquardt explicou que a equipe encarregada está seguindo o manual de Desenvolvimento de Projetos Turísticos de Geoparques no Brasil, editado pelo Ministério do Turismo, que prevê quatro fases e pode durar em média cinco anos. “É um processo longo. Esperamos que possamos reduzir esse prazo, mas é um bom tempo que temos pela frente para trabalhar”, acrescentou.
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Até a efetivação do projeto, há diferentes etapas. Dentro do cronograma de implementação apresentado sábado, o próximo passo é a adesão voluntária dos municípios participantes. “Isso será fundamental para que possamos fazer os orçamentos e verificar qual é a demanda de recursos para fazer frente às necessidades do projeto”, explicou o presidente da Aturvarp, Djalmar Marquardt.
Pelo menos nesta fase, os municípios participantes deverão ratear o custeio para criação da estrutura administrativa e viabilidade para o estudo técnico do geoparque, condições impostas para o reconhecimento internacional. “A captação de recursos para estudos e ações voltadas à paleontologia ocorrerá quando tivermos a certificação”, ressaltou.
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Além das cidades localizadas na faixa geológica que tem potencial para criar o geoparque, municípios vizinhos e até mesmo de outras regiões, mas com potencial histórico e paleontológico, poderão ingressar no projeto e ampliá-lo. “Hoje estamos chamando de Geoparque do Vale do Rio Pardo, mas até mesmo esse nome poderá mudar no futuro. Tudo dependerá da adesão voluntária dos municípios”, complementa o presidente da Aturvarp.
No lançamento do projeto do geoparque, os participantes puderam conhecer mais a respeito de um achado em Candelária da década de 1940. O curador do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, Carlos Nunes Rodrigues, aproveitou a ocasião para apresentar uma réplica do Candelaria barbouri. O fóssil foi descoberto pelo pesquisador Llewellyn Ivor Price, de Harvard, em uma expedição na localidade de Pinheiro, interior do município. O animal pré-histórico teria cerca de 40 centímetros de comprimento e seria um réptil que viveu há aproximadamente 235 milhões de anos.
Um geoparque se caracteriza por um território, que geralmente abrange mais de um município, e envolve aspectos ambientais e culturais das comunidades que devem ser preservados. A região dos Vales, representada por Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, Vera Cruz, Candelária e Vale do Sol, através da Associação de Turismo do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), candidatou-se para implantação do Geoparque Vale do Rio Pardo. Projetos desse tipo levam em média cinco anos para obterem certificação e inclusão no Roteiro de Geoparques Mundiais proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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Há 195 geoparques pelo mundo, localizados em 45 países, especialmente na Europa e no Leste Asiático. No Brasil são cinco, e três estão localizados no Rio Grande do Sul: Geoparque Cânions do Sul, Geoparque Caçapava do Sul e Geoparque Quarta Colônia. No momento, existem três aspirantes no País: Raízes de Pedra, em Mata (RS); Caminhos da Água, em Caxambu (MG); e o geoparque da região.
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