Regional

Projeto de plantas bioativas segue em desenvolvimento na região

Iniciado em 2019, o Arranjo Institucional de Suporte à Formação de Cadeias Produtivas de Plantas Bioativas no Vale do Rio Pardo (Valeef) continua avançando na região. Após a fase de plantio de três espécies, ocorrida no ano passado, a etapa de colheita da primeira delas, o capim-limão, foi concluída em abril deste ano. O resultado se mostrou satisfatório, mas a coordenação do projeto entende que ainda existem alguns gargalos que precisam ser sanados no futuro para garantir o sucesso da cadeia produtiva.

Conforme o coordenador técnico do Valeef, Sandro Hillebrand, que também atua no Departamento de Física e Química da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a primeira safra do capim-limão foi vendida para a destilaria Vimontti, de Santa Maria, empresa parceira do projeto desde o início. O alecrim e a lavanda, plantas de ciclo mais longo, devem ser colhidos após o inverno, entre outubro e novembro deste ano. A expectativa é colher 1,5 tonelada e 4 toneladas, respectivamente, cultivadas por dez produtores em escala comercial.

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Além do acompanhamento do Valeef, os produtores também foram supervisionados por uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O objetivo dessa consultoria, segundo Hillebrand, foi aprimorar a gestão das propriedades e também as boas práticas agrícolas. “Tudo isso para que eles tenham um planejamento adequado da produção para essa área nova que está surgindo aqui na região”, destaca.

O coordenador explica que desde 2019, quando o Valeef foi idealizado, até agora, o mercado de plantas bioativas e óleos essenciais se modificou muito. Essa mudança inclui novas demandas e também novos concorrentes, situação que exige uma revisão nos planos e estratégias para o futuro. “O cenário que nós tínhamos lá atrás está bastante diferente hoje, então estamos em um momento de repensar as metas e oportunidades para tentar enxergar qual será o próximo passo”, observa. Com isso, novas plantas podem passar a integrar o catálogo e outras podem deixá-lo.

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Há, contudo, alguns gargalos que precisam ser solucionados para garantir o futuro da cadeia produtiva. O primeiro deles é a implantação de uma destilaria no Vale do Rio Pardo. Atualmente a mais próxima fica em Santa Maria. “Ela é parceira do projeto, mas para que a gente consiga atingir uma escala mais significativa e competitiva, precisamos de uma destilaria local.” Um modelo móvel e de pequena escala chegou a ser criado, em parceria com o Parque Tecnológico da Unisc e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). “Não é viável para o nosso porte, mas foi um teste para mostrar a importância de termos essa estrutura”, salienta.

A outra dificuldade apontada é a ausência de empresas de cosméticos locais que possam adquirir a produção. “Um dos elos dessa cadeia é ter uma destilaria para refinar essas plantas e produzir os óleos essenciais. Depois, o outro elo é pegar esse óleo e transformá-lo em produtos”, explica. No entanto, de acordo com o coordenador, não há nenhuma indústria desse tipo na região. Para ele, é fundamental para o sucesso do Valeef a médio e longo prazo atrair esses empreendimentos ou estimular investidores locais a montar novos negócios. “Caso contrário, a cadeia não fica completa. Precisamos ter essa agregação de valor feita aqui no Vale do Rio Pardo.”

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Atenção à espécie

O coordenador do projeto chama a atenção também para as diferentes variantes da mesma planta que, apesar da semelhança dos nomes, podem ter muitas diferenças. Um exemplo é a lavanda, cujo exemplar mais famoso é a Lavandulla angustifolia, com origem na França. A espécie que se adaptou no Brasil, porém, é a Lavandulla dentata. Enquanto a primeira possui propriedades antidepressivas, calmantes e ansiolíticas, a segunda é rica em eucaliptol, fenchona e cânfora, que são estimulantes. Por isso, Sandro Hillebrand recomenda sempre consultar um especialista antes de utilizar os óleos essenciais.

A partir da Lavandulla dentata, foi desenvolvido uma mistura com efeitos benéficos ao sistema respiratório. “Tem mostrado resultados impressionantes na recuperação de resfriados, sinusites e até mesmo da Covid-19”, explica. O objetivo agora é atrair empresas para o Vale do Rio Pardo que estejam interessadas em fabricar produtos como esse, batizado de “Respire bem”.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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