Desde 2018, o Curso de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) é parceiro da Prefeitura de Santa Cruz do Sul na avaliação de saúde bucal de escolares de 5 e 12 anos. Neste ano, uma nova avaliação está sendo feita em parceria com os dentistas do município, em todas as escolas, tanto da rede municipal, quanto estadual, urbana e rural.
Os resultados serão usados para avaliar o quanto a prevenção realizada na escola, através do Programa Saúde na Escola (PSE), pode estar influenciando a saúde bucal das crianças, como está se dando o cuidado com os dentes, hábitos de alimentação das crianças e em que medida a cárie e outras alterações afetam a qualidade de vida.
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Nesta semana, o grupo composto pelas professoras Beatriz Baldo Marques, Magda de Souza Reis e Renita Baldo Moraes, ao lado dos bolsistas voluntários, Atílio Arthur Rossato, Alessa Oliveira de Lima, Laura Maria Becker, Helena Muller, Luana Pritsch e Daniele Weis De Moura, seguem no desenvolvimento das atividades. Uma delas foi a aplicação de questionário no Colégio Estadual Monte Alverne (Cema), no interior de Santa Cruz do Sul.
“Essa pesquisa tem várias etapas. Inicialmente, os pais autorizam a participação do escolar e respondem o questionário em relação às condições de vida da família, porque sabemos a influência disso nas condições de saúde bucal. Então o escolar é avaliado quanto às condições de saúde bucal e também responde um questionário em relação aos hábitos de alimentação, de higiene bucal e ao impacto da saúde bucal na qualidade de vida, no dia a dia deles”, explica a coordenadora do projeto, professora Renita.
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Os resultados desta pesquisa poderão ser comparados com os resultados do SB Brasil, que é um estudo de nível nacional. “Além disso, temos o apoio da Fapergs em que estamos também avaliando o impacto da alimentação e da insegurança alimentar na saúde bucal e na qualidade de vida. A partir destes resultados, poderá ser avaliado onde precisa ser investido mais no município e isso vai refletir uma melhor saúde bucal da população”, completa.
A ideia é finalizar a coleta neste ano e fazer a avaliação dos dados em 2025. “A meta é que, pelo menos, metade das crianças de cada escola participe. Já estamos com, aproximadamente, 700 crianças participando. Importante frisar que essa participação das crianças não é para realizarmos o tratamento odontológico. Mesmo que elas já tenham atendimento em algum local, nós precisamos saber disso, precisamos saber o quanto da população está tendo atendimento, o quanto depende da saúde pública e de outros espaços, ou que não está tendo nenhum atendimento. Então, independente da condição de acesso aos serviços odontológicos, é importante a participação para termos esses resultados mais representativos.”
Uma das bolsistas que auxilia na pesquisa é a acadêmica do 10º semestre, Alessa de Lima. Ela acredita que integrar o projeto facilita o contato com a realidade da odontologia e a ter mais noção das questões de saúde pública. “Não sei ainda em qual área vou trabalhar, mas acredito que este contato com as crianças no dia a dia, entendendo os hábitos alimentares, os impactos que isso causa na qualidade de vida dessas crianças é muito importante.”
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Já para a diretora do Cema, Márcia Sehnem Redieske, projetos como este são de extrema importância, mesmo a criança já tendo um acompanhamento de um dentista. “É algo além do que as famílias já têm de acompanhamento e, talvez, até de trabalho junto a eles. Os estudantes já trabalham dentro da disciplina de Ciências principalmente a questão da higiene, a questão da alimentação, observamos isso dentro da escola. É algo que poderia acontecer anualmente para se ter um acompanhamento maior, porque ano que vem serão outros alunos nessa faixa etária. Todo reforço é sempre bem-vindo para estimular essa criançada e as famílias a cuidarem da saúde.”
Estudante do Cema e que faz parte da pesquisa, Vitória Luisa Raupp, diz que desde muita nova é preocupada com os cuidados referentes à higiene bucal. “Sempre achei muito importante. Hoje eu faço manutenção mensal por causa do aparelho nos dentes, mas sei que tem pessoas que não conseguem fazer um acompanhamento com frequência, então acredito que esse projeto possa ajudar nessa conscientização.”
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