Teve início nessa semana um projeto-piloto que busca prestar apoio para pessoas em situação de obesidade. A atividade é coordenada por uma equipe da Secretaria da Saúde de Santa Cruz do Sul. Neste primeiro momento, serão realizados encontros semanais na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Cohab/Renascença, com palestras e oficinas, que devem seguir até dezembro. O objetivo é promover mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida para melhorar a saúde e prevenir patologias associadas ao ganho de peso.
O primeiro grupo teve a inscrição de 26 pessoas da região norte da cidade. Além de acompanhamento com profissionais da nutrição, psicologia e educação física, os participantes receberão atendimentos em reiki e auriculoterapia – Práticas Integrativas e Complementares (PICs), que podem servir como tratamento coadjuvante na perda de peso –, bem como demonstração da prática corporal Lian Gong, da medicina tradicional chinesa. Conforme os resultados, o projeto poderá ser estendido para outras unidades de saúde.
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O encontro ocorreu na última quarta-feira, na sede da Associação Comunitária Amigos Núcleo Independência (Acani). Uma das participantes foi a cabeleireira aposentada Lúcia Soder, 60 anos. Ela, que sempre teve uma rotina agitada e tinha a academia e a caminhada como hábito de vida, viu-se impossibilitada de praticar exercícios físicos após um acidente, uma cirurgia e o tratamento de um tumor cerebral. Emocionada, Lúcia disse que viu no grupo uma alternativa para melhorar as atuais condições de saúde. “Só o fato de poder vir aqui é muito bom. Escutamos outras histórias de dificuldades, e isso é uma forma de a gente se ajudar.”
Mais de 70% da população de Santa Cruz está acima do peso
Em Santa Cruz do Sul, o índice de obesidade em adultos é de 37,58%, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), com base na população usuária do SUS. O dado é gerado pelo Índice de Massa Corporal (IMC) na faixa de 18 anos a 60 anos. O cálculo do IMC consiste em dividir o peso pela altura ao quadrado. Se o resultado for igual ou acima de 30, considera-se que a pessoa está obesa.
A porcentagem de sobrepeso – IMC acima de 25 – no município também é alta. “Se somarmos a obesidade e as pessoas que estão com sobrepeso, vemos que 71,71% da população está acima do peso ideal”, constata a nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Paula Nunes Marques. Ela alerta que os riscos não estão apenas no ganho de gordura, mas na relação direta com o surgimento de outros problemas de saúde. “Pessoas obesas, por serem portadoras dessa doença inflamatória, têm maior probabilidade de desenvolverem outras patologias, como pressão alta, diabetes, problemas nas articulações, dificuldades respiratórias, gota, pedras na vesícula e até algumas formas de câncer.”
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Ana Paula frisa que a alimentação saudável e a prática de exercícios, apesar de fundamentais para a saúde, não são os únicos fatores envolvidos. Segundo ela, o ganho de peso tem relação também com a genética, o meio ambiente, determinantes culturais, acesso aos alimentos e serviços de saúde.
Com foco na prevenção, são realizadas atividades com diferentes profissionais na rede pública. “A obesidade é um problema complexo que envolve muito mais do que apenas o indivíduo que está sendo visto naquele momento. Como todo problema complexo, sua solução não é simples. É necessário um esforço conjunto do usuário, família, sociedade e políticas públicas”, avalia o vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Elstor Desbessell.
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