Desde o ano passado, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) destina celulares apreendidos em ocorrências policiais e doados pela comunidade para a área da educação, a partir do projeto Alquimia II. Na manhã desta sexta-feira, 20, um evento marcou a implantação do programa em Rio Pardo. Na ocasião, escolas de Pantano Grande e Encruzilhada do Sul também receberam os eletrônicos. O objetivo da iniciativa é colaborar com o ensino remoto, modelo instituído durante a pandemia de Covid-19.
A entrega de 20 celulares foi realizada no Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves, em Rio Pardo. A restauração dos aparelhos, que muitas vezes são apreendidos em presídios ou durante ações policiais, passam por restauração para que fiquem aptos ao uso. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) é a responsável pelo conserto dos itens e a internet é disponibilizada pelo Estado. Participaram do evento representantes do MP, do Poder Judiciário, da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Brigada Militar, da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), além de representantes e estudantes das escolas contempladas.
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Christine Mendes Ribeiro Grehs, promotora de Justiça de Rio Pardo, falou que o interesse é que a educação tenha a valorização que merece e precisa. “A opção foi a rede estadual de ensino, dentro de uma ideia de regionalização desse trabalho. Estamos lançando esse apelo à comunidade, que nos doem aparelhos, que iremos reverter à comunidade regional, e, quem sabe com a adesão e volume, poderemos expandir para a rede municipal de ensino”, explicou.
Também presente na entrega, a juíza de Direito da 1ª Vara Judicial, Magali Wickert de Oliveira, salientou a importância da transformação de objetos oriundos de atividades ilícitas para a educação. “Essa destinação não é só uma entrega, na verdade tem toda uma simbologia de que é o crime revertendo em algo bom para a sociedade. Esses aparelhos, em sua grande maioria utilizados pelo tráfico de drogas, antes eram usados para o mal e agora passam a ser usados para o bem”, ponderou a magistrada.
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Representando os diretores das escolas, a diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão do Quaraí, de Encruzilhada do Sul, Vivian Silveira Nogueira, falou sobre as adversidades vividas no período da pandemia. “18 de março de 2020. Foi neste dia que suspendemos as aulas presenciais devido à pandemia, imaginando que voltaríamos em 15 dias, mas não foi o que aconteceu. O tempo foi aumentando e se passaram 15 meses”, recordou. Foi preciso se reinventar, segundo Vivian. “Nossa escola atende, na grande maioria, alunos em vulnerabilidade social, o que torna mais difícil trabalhar com a tecnologia.” A diretora frisou que plataformas digitais de sala de aula foram criadas para suprir as dificuldades, porém, alguns alunos não têm aparelhos para acessar as aulas. “Ficamos felizes em saber que o projeto alquimia teve um olhar preocupado em tentar diminuir um pouco as diferenças que existem”, completou.
Para que o maior número possível de alunos seja atendido, o MPRS solicita o engajamento da comunidade na doação dos telefones. Os aparelhos – que devem ser smartphones – podem ser entregues nas Promotorias de Justiça.
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