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Projeto ajuda a costurar habilidades e autoestima

Toda pessoa é solo fértil, a semente está plantada, então basta regar para que possa florescer. É nisso que acredita Ligiane Sanmartim, professora no Projeto Regar do Grupo do Bem, junto da voluntária Taline Grüner. A ação tem como objetivo proporcionar aulas de costura para pessoas com interesse em se profissionalizar para entrar no mercado de trabalho ou tornar a atividade um hobby. No ano passado, 12 mulheres se formaram e hoje trabalham no ramo.

O projeto surgiu há dois anos. Iniciou com um teste na comunidade do Bairro Santa Vitória, depois foi realocado para a Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (Oase) da Comunidade Evangélica e hoje está fixo no pavilhão da Comunidade da Ressurreição, no Bairro Universitário, onde ocorrem diversas atividades do Grupo do Bem. Atualmente, é realizado todas as terça-feiras, às 14 horas. 

A primeira etapa do curso é a aprendizagem do trabalho manual; depois, as máquinas de costura são inseridas nas aulas. “Começamos com peças difíceis e depois vamos introduzindo as peças fáceis para que elas possam se desenvolver dentro da costura”, explica Ligiane. As participantes são impulsionadas a aprenderem a costura criativa, de maneira que sejam capazes de produzir ou reformar diversas peças e descobrir seu nicho de produção. “Vamos trabalhando as habilidades e qualidades de cada uma dentro da costura.” 

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Ligiane acredita no sucesso das alunas

Além das aulas de costura, a iniciativa envolve o aumento da autoestima, segundo Ligiane. “O nosso trabalho é fazer com que elas acreditem em si mesmas novamente e possam ter uma renda”, afirma. O processo para o desenvolvimento do empoderamento é feito por meio de conversas com as participantes. “Muitas chegam com a carga emocional abalada, com problemas sociais e financeiros grandes, então nós trabalhamos com isso.” 

Ligiane fala sobre a gratidão de ver as alunas evoluindo todas em seu tempo. “O grupo que se formou no ano passado presta diversos serviços e está recebendo encomendas”, comenta. Além de ajudar no desenvolvimento social e financeiro, o projeto possibilita um renascer. “Conseguimos tirar pessoas da dependência de medicamentos e depressão, dando para essas mulheres dignidade social e emocional.” 

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Oportunidade

Conforme Martina Krause, integrante do Grupo do Bem e coordenadora do Projeto Regar, a entidade tem o cuidado de não somente doar como também fazer com que as pessoas desenvolvam sua autoestima e confiem no que são capazes de fazer. Com esse propósito, o projeto oferece transporte ao local das aulas e as participantes que não tiverem nenhuma falta no mês recebem um rancho. “Deu muito certo. É gratificante ver as alunas colocando placas em frente às suas casas oferecendo seus serviços de costura, ver que elas conseguem se sustentar”, diz Martina.

Marilda: chance de se reinventar profissionalmente

Marilda de Lurdes da Silva, moradora do Bairro Progresso, ingressou no Projeto Regar em 2021. Ela teve conhecimento da ação durante a pandemia, quando perdeu o emprego e obteve ajuda do Grupo do Bem. “Foi quando precisei me reinventar. Então, comecei a fazer o curso e fui desenvolvendo o que já sabia de costura”, relembra. 

Marilda possuía experiência em costura manual, por fazer pequenos reparos em suas roupas. Agora, já costura com ajuda da máquina industrial durante as oficinas e está garantindo seu sustento por meio de reparos, reformas e ajustes em geral. “Me aprimorei no curso e procuro ser cada vez melhor. Já faço alguns trabalhos por fora e o grupo também me auxilia, me encaixando em outros trabalhos.”

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A união que faz a diferença para quem precisa

Luciana: ação em favor da solidariedade

Outra iniciativa vinculada ao Grupo do Bem, que também leva a costura como principal atividade, é o projeto em parceria com o grupo Integrar e Vizinhar do Condomínio Costa Norte. De acordo com Luciana Tremea, presidente do Grupo do Bem, a iniciativa surgiu após o Colégio Mauá procurar a entidade para dar um destino correto aos uniformes dos alunos da instituição. “A equipe do colégio realiza o trabalho com voluntários da Associação de Pais e Mestres (APM), mas já não estava dando conta do volume de roupas”, recorda.

Após saberem da iniciativa, outras empresas também começaram a doar uniformes usados e o Grupo do Bem precisou encontrar uma alternativa para que o grande volume de peças tivesse um destino correto. Foi então que o Integrar e Vizinhar mostrou interesse em realizar uma ação solidária com o Grupo do Bem e se disponibilizou para fazer customização nas roupas e criar outras a partir das doações. A parceria com as 87 moradoras do Costa Norte já resultou em mais de 200 peças que foram repassadas pelo Grupo do Bem a quem mais precisa. 

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Luciana elogia a iniciativa das integrantes e diz que as produções ajudaram muitos moradores, inclusive pessoas que foram atingidas fortemente pelas chuvas ocorridas no último mês. “Nós entregamos praticamente tudo que elas produziram. Foram cobertores, jaquetas, camisas, blusões e muitas outras peças”, conta. Segundo Luciana, ajudar o próximo traz benefício para todos. “É muito gratificante para quem está fazendo o bem. Todas as iniciativas são bem-vindas.”

Em outubro de 2022, o grupo Integrar e Vizinhar foi criado com o objetivo de promover a união entre as moradoras. Margaret Schoenfeld, uma das integrantes, lembra que a realização de uma ação social sempre foi um dos objetivos e a parceria com o Grupo do Bem foi certeira. “Fomos surpreendidas com o projeto e nos encantamos. Todas as doações de roupas contam com a nossa mão de obra, feita com muito carinho e amor”, afirma. Ainda conforme Margaret, o grupo cresce a cada dia com o propósito de fazer a diferença na vida de outras famílias, no sentido de trazer mais qualidade de vida e bem-estar. 

Grupo Integrar e Vizinhar já ajustou e produziu mais de 200 peças para serem doadas

O reaproveitamento de uniformes usados já é prática na APM do Colégio Mauá há algum tempo, mas os familiares estão cada vez mais motivados pela iniciativa, segundo a atual presidente da associação, Flávia Lima. “Notei que todos os meses recebemos muitas doações, o que não acontecia tanto. Na medida do possível, estamos fazendo o encaminhamento correto”, reitera.

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Flávia está contente com a participação das famílias do Mauá. “Acreditamos que essa ação é muito importante para o meio ambiente. O trabalho evolui a cada dia e estamos muito gratos.”

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