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Proibição da publicidade infantil reduz em 13% receita de anunciantes

Empresas que vendem produtos e serviços para crianças registraram queda de 13% na receita a partir da proibição da publicidade infantil, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 25, pelo The Economist Intelligence Unit, a pedido do Instituto Alana, organização sem fins lucrativos voltada à garantia da vivência plena da infância.

O estudo mostra que o impacto econômico atingiu o varejo, composto por restaurantes fast food, alimentos vendidos em supermercados, bebidas não-alcoólicas, brinquedos, roupas infantis, jogos, música, vídeo e ingresso. A Associação Brasileira de Agências de Publicidade estima redução de 5% de participação da publicidade infantil no mercado do setor.

Desde 2014, uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) proíbe e detalha o que é a publicidade abusiva. O Código de Defesa do Consumidor também proíbe a publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e da experiência da criança.

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Efeitos positivos

A economista e consultora do The Economist Intelligence Unit, Romina Bandura, disse que, apesar da perda em receita, a proibição da publicidade infantil no Brasil trouxe resultados positivos para a sociedade, como melhora na saúde das crianças, queda da obesidade, redução do consumismo e do bullying. “São benefícios que superam os custos decorrentes da proibição”, afirmou.

“As crianças ficam perturbando os pais para comprar algo e isso pode levar a brigas, ao materialismo, que está ligado à baixa autoestima. Há discussões sobre bullying de marca, quando uma criança tem determinado produto e a outra não. Isso afeta as crianças”, acrescentou.

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Para Romina, a publicidade voltada para a criança usa da exploração da vulnerabilidade emocional e cognitiva. “O público com menos de 12 anos de idade realmente não entende a diferença dos interesses comerciais e da realidade”, ressaltou.

Na opinião da diretora do Instituto Alana, Isabella Henriques, a publicidade de produtos infantis pode existir, desde que seja voltada aos pais. “Nesse aspecto, as perdas com o mercado podem ser menores. A criança entende a mensagem ‘compre esse produto, porque você vai ser mais feliz’, e realmente entende que ela precisa daquele produto. Se a publicidade falar diretamente com o público infantil, será abusiva”, disse.

Novos meios

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Durante o estudo, a consultora Romina observou que muitas empresas ainda desrespeitam a proibição, aproveitando-se de novos meios como a internet. “São impactos que não conseguem ser mensurados. Na internet, temos poucos dados sobre como os novos meios estão impactando as crianças. É difícil de ser monitorado e regulado. O Brasil, por exemplo, está em quarto lugar nos acessos ao YouTube.”

Segundo o relatório, mais de 50% das crianças e adolescentes brasileiros acessaram a internet em 2013, e 80% deles a utilizaram em 2014. “Embora o Brasil proíba [a publicidade infantil], a implementação [da determinação] é ainda muito fraca. Ainda vemos linguagem infantil, personagens, brinquedos”, disse a consultora.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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