As chuvas intensas que atingiram Santa Cruz do Sul trouxeram não somente a devastação de casas, mas também de empresas situadas nas áreas afetadas, geradoras de empregos e mantenedoras do sustento de famílias inteiras. Para diminuir a dimensão dos danos e devolver esperança aos empresários que tiveram prejuízos, a Prefeitura anunciou, dez dias depois do início das enchentes, o Programa Superação, que oferece linhas de crédito especiais, com juros subsidiados.
Desde então, 12 empresas já puderam ser contempladas com os financiamentos de baixo custo, injetando mais de R$ 500 mil na economia local. Agora, o Executivo busca viabilizar a suplementação dos valores para impulsionar a recuperação econômica a um número ainda maior de beneficiários, que poderão encaminhar as solicitações até o dia 14 de agosto.
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Quando foi lançado, em 10 de maio, o eixo econômico do Superação previu um subsídio inicial de R$ 200 mil pelo Município. Nesta quinta-feira, 4, a prefeita Helena Hermany enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei que aumenta para R$ 600 mil o valor custeado pelos cofres públicos. A proposição trata, ainda, de ampliar a abrangência das linhas de crédito para contemplar, além das empresas inundadas, também as que foram prejudicadas pelo temporal que atingiu a cidade dias antes da enxurrada. “Serão mais R$ 400 mil para ajudar os negócios que tiveram suas estruturas danificadas pelos alagamentos e ainda R$ 200 mil específicos para subsidiar o crédito dos que sofreram destruições com as chuvas de granizo e fortes ventos do fim de abril”, explica a prefeita.
Conforme o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinato, os financiamentos podem chegar a R$ 60 mil para micro e pequenas empresas vitimadas pelas inundações e até R$ 10 mil para as afetadas pelo granizo. “Para gerar o menor impacto possível nas contas dos empresários, em ambos os casos, 90% dos juros e encargos são custeados pelo Município e o prazo para pagamento chega a 24 meses, com até seis de carência”, detalha Cechinato.
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O crédito é encaminhado via Banco do Povo. “Como é uma questão de retomada com capital de giro para alavancar a empresa, se o empresário optar por quatro meses de carência, pode parcelar o restante em 20 vezes, e se pegar só dois meses de carência, pode parcelar em até 22 vezes, por exemplo. Então, a carência é descontada das 24 parcelas”, explica o coordenador do órgão, Paulo Mans.
Empreendimentos de comércio, serviços e indústria de diversos ramos, como turismo, artesanato, marcenaria, transporte e alimentação, já foram contemplados com as linhas de crédito especiais concedidas pela Prefeitura. Um dos casos mais emblemáticos é o dos irmãos Rocha, proprietários da JOF Papeis, empresa instalada no Berçário Industrial, fundos do Bairro Várzea.
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Eles trabalham convertendo bobinas em rolos de papel higiênico e papel toalha para venda a empresas locais e perderam praticamente todo o estoque na enchente. “É difícil mensurar todas as perdas, mas o material para fabricação e também o pronto para venda foram totalmente perdidos. Além da manutenção das máquinas, com parte elétrica, motor, compressor, que pegaram água, ficamos três semanas sem faturar”, relata Otávio Augusto, estimando um prejuízo de aproximadamente R$ 300 mil.
Para diminuir o impacto econômico à empresa, o financiamento subsidiado foi muito bem-vindo. “O atendimento intermediado pelo Banco do Povo foi muito bom, com uma solicitação bem tranquila, tudo facilitado para agilizar o processo”, afirma o irmão Francisco.
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A poucas quadras dali, também no Bairro Várzea, Bernardo da Silva Lemos celebra a normalização dos pedidos na Pizzaria do Pedaço, que pode voltar a operar depois de ter tido toda a estrutura inundada. Os prejuízos totais não puderam ser contabilizados porque ainda nesta semana, passados mais de dois meses da principal enxurrada, os equipamentos seguem apresentando defeitos. “Ainda está estragando coisa, semana passada estragou mais um dos fornos, esta semana foi a amassadeira, um freezer ainda está para conserto, e tudo devido à água que entrou nas máquinas”, lamenta o proprietário da pizzaria que atende exclusivamente via delivery.
Bernardo estima que teve cerca de R$ 40 mil de prejuízo, mas solicitou R$ 60 mil de crédito. “Peguei o valor máximo de financiamento para repor estoque, investir nos equipamentos e também ter capital de giro. Foi muito bom, ajudou muito a normalizar as vendas”, conta o empresário. “Depois de apresentar o avalista e as demais papeladas, em três ou quatro dias o crédito já estava aprovado”, celebra.
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Os encaminhamentos podem ser feitos até, no máximo, dia 14 de agosto, em respeito à legislação. A contratação é feita pelo Banco do Povo, localizado na Rua Galvão Costa, 755, no Parque da Oktoberfest. O atendimento é das 8 horas às 16 horas, sem fechar ao meio-dia. Contatos podem ser feitos pelos telefones (51) 3713-1288, (51) 99676-9080 e (51) 99904-5004.
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