Programa arrecada medicamentos sem uso para doar a quem precisa; saiba como colaborar

Em vez de ficarem guardados até o prazo de validade expirar, medicamentos que teriam como destino o descarte estão chegando à população que precisa por meio do programa Farmácia Solidária, da Prefeitura de Santa Cruz do Sul. A iniciativa arrecada comprimidos para doação a pessoas em situação de vulnerabilidade social, mediante apresentação de receita médica.

O coordenador do serviço, José Carlos de Souza Quadros, tem uma avaliação positiva do início da atividade, lançada no fim de março, a partir das manifestações dos usuários. “A aceitação até o momento está sendo grande, com muitos elogios”, revela.

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Quadros explica que as doações têm chegado na proporção de 750 comprimidos por dia, vindas dos mais diversos colaboradores: empresas locais, representantes da indústria farmacêutica, consultórios médicos e população em geral. “Está sendo satisfatório e até mesmo surpreendente”, enfatiza. Os medicamentos mais recebidos até o momento são os anti-hipertensivos e antidiabéticos.

Segundo o coordenador, os sintomáticos para viroses e de uso contínuo, quando indisponíveis pelo SUS, estão entre os remédios mais requisitados. Em média, 400 comprimidos são retirados por dia.

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Para doações ao Farmácia Solidária, é necessário que os medicamentos, de qualquer tipo, apresentem bom estado de conservação e estejam dentro do prazo de validade. Pomadas, cremes e xaropes são aceitos apenas se estiverem lacrados, sem nenhum uso. “O controle de qualidade é feito por meio de triagem pelo farmacêutico responsável, com avaliação visual da integridade física dos medicamentos”, explica.

Após a aprovação pelo profissional, eles são inseridos em planilha, onde os lotes, validade, quantidades e dispensações de cada item são controlados. Todas as doações ficam armazenadas em estrutura adequada, seguindo os critérios de cuidado solicitados pelos órgãos fiscalizadores. A equipe da Farmácia Solidária é complementada pela coordenadora do Departamento de Assistência Farmacêutica, Julia Willrich, e pela estagiária Sheila Martins.

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Na análise do secretário de Saúde, Fabiano Dupont, o lançamento do Farmácia Solidária tem grande importância social. “A empatia da população tem nos ajudado a aplacar o sofrimento de muitas pessoas. Uma medicação que está em condições, mas iria para o lixo, acaba contribuindo para curar a doença de alguém que não teria como adquirir o remédio”, ressalta Dupont.

Ao procurar por um medicamento, indisponível na farmácia do Estado para o marido Arnaldo Hermes, a aposentada Noeli Becker, de 60 anos, ouviu falar pela primeira vez do Farmácia Solidária. Moradora do Bairro Goiás, ela dirigiu-se então até a sede do serviço municipal, na Rua Ernesto Alves, 1.017, onde encontrou o remédio para regular a pressão do esposo.