A Praça da Matriz, em Porto Alegre, foi palco, na tarde dessa terça-feira, 26, de uma das maiores assembleias realizadas pelo Cpers/Sindicato. Cerca de 20 mil educadores participaram do ato de greve, na Praça Matriz. A mobilização procurou reforçar o repúdio da categoria contra novo pacote para o funcionalismo, apresentado há cerca de duas semanas pelo governador Eduardo Leite. A manifestação, contudo, terminou em confusão.

De acordo com o Cpers, além do pedido de retirada do pacote para votação na Assembleia Legislativa, o grupo também aprovou calendário de mobilização da greve, com o intuito de intensificar atos e manifestações. Durante a tarde, no entanto, em frente ao Palácio Piratini, houve tumulto entre manifestantes e Brigada Militar, após um grupo ter forçado a entrada no local. No total, 13 pessoas ficaram feridas. Uma delas, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, que sofreu um golpe na cabeça.

Para o secretário-geral do 18º Núcleo do Cpers, que responde pela região, Elbe Rafael Marques Belardinelli, a categoria deve manter a greve por tempo indeterminado. “Após esse ato histórico ficou clara a nossa força.” Apesar de acreditar que a pressão do governo, a partir de agora, será maior, o sindicato prevê maior adesão à greve. “É a educação pública que está em jogo e a sociedade já entendeu isso. Se nós perdermos essa luta, então acabou. Será uma derrota do povo”.

LEIA MAIS: Governo estadual diz que vai cortar o ponto dos professores em greve a partir desta segunda

Apesar de desconhecer os rumos da paralisação, e da assembleia realizada nessa terça, o coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Educação, Luiz Ricardo Pinho de Moura, apontou que o número de escolas totalmente paralisadas diminuiu na região de abrangência. Até essa terça-feira, 26, eram 28 instituições sem aulas e 43 em atendimento parcial. De acordo com ele, havia rumores de que algumas escolas poderiam voltar às aulas em breve. Apesar disso, ainda não há confirmação da informação. “Em torno de 40 escolas se reúnem nesta quarta para definir o que deve ser feito nos próximos dias.”

Caminhada

Nesta quarta-feira, 27, a partir das 18h30, será realizada caminhada de apoio à greve em Santa Cruz do Sul, com saída da Escola Ernesto Alves. A iniciativa, de acordo com Elbe, é de estudantes e familiares. O grupo vai percorrer ruas centrais de Santa Cruz e se concentrar na Praça Getúlio Vargas. De lá segue até a Praça da Bandeira, na qual os manifestantes irão se concentrar em frente ao Palacinho. Na assembleia realizada nessa terça, dez ônibus com profissionais da região seguiram a Porto Alegre.

LEIA MAIS: Manifestantes fecham a CRE em protesto contra a reforma estrutural do governo