Embora a votação de um dos projetos apresentados pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa tenha sido suspensa nessa terça-feira, 17, professores, policiais civis e militares e servidores da área da saúde mantêm as mobilizações pelo Estado. De acordo com a diretora do 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, Cira Kaufmann, por unanimidade em assembleia os professores decidiram manter a greve. Ao longo da terça-feira foram realizadas três marchas até a Praça da Matriz, na Capital, onde ocorreram os protestos.
“Não podemos retornar às atividades antes de discutir com o governo que não haja punição para os servidores e descontos no salário”, destaca. Na próxima sexta-feira deve ser realizada nova assembleia, com local e horário a serem marcados. A intenção é definir os rumos do movimento, além de manter os grupos preparados para possível votação em janeiro. Cira ainda aconselha que os docentes não voltem às aulas. “Precisamos lembrar que o governador cortou o ponto. É preciso negociar, em conjunto, a recuperação. Quem voltar enfraquece o movimento e ainda pode ficar com o desconto em folha.”
Coordenador regional do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), Orlando Brito de Campos afirma que os servidores devem manter o mesmo quadro de atendimento parcial. “Também estamos no aguardo de decisão do sindicato que, ao que tudo indica, será informada amanhã (hoje) pela manhã.”
Quem também permanece na mobilização são os policiais militares. Conforme o representante regional da Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar, João Kroth, todos seguem mobilizados, apesar das mudanças. “Nós gostaríamos, no entanto, que a votação tivesse ocorrido ontem para acabar com essa nossa angústia. De qualquer forma, seguimos mais mobilizados do que antes. Se for preciso, iremos novamente à capital”. De acordo com ele, é preciso que o governo retire todo o projeto de votação.
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Liminar cassada
O Supremo Tribunal Federal (STF) cassou a liminar que impedia a votação dos projetos de lei complementar 503 e 505, que alteram a previdência e o estatuto dos servidores públicos estaduais. Nessa terça-feira, a deputada Luciana Genro, do PSOL, entrou com pedido de liminar no Tribunal de Justiça pedindo que a votação não ocorresse. A medida foi aceita pelo desembargador Rui Portanova. No entanto, nesta quarta-feira, 18, o ministro do STF, Dias Toffoli, cassou a liminar. Com isso, a Assembleia Legislativa (AL) está liberada para votar os projetos.
Pela região
Entre as escolas do Vale do Rio Pardo, o clima de incerteza impera. Segundo a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), são 30 instituições funcionando normalmente, 19 em greve e 49 em atendimento parcial. Em Santa Cruz do Sul, cinco ainda estão totalmente paradas, enquanto 11 seguem em atendimento parcial. Apenas duas – Gaspar Bartholomay e Affonso Pedro Rabuske – estão em aulas.
Segundo o coordenador Luiz Ricardo Pinho de Moura, apesar de não contar com dados oficiais, algumas instituições sinalizavam a intenção de voltar à rotina ontem. Em Vera Cruz, por exemplo, a Escola Paraguaçu comunicou o retorno às atividades ao longo desta quarta-feira. Quanto à recuperação das aulas, ele acredita que muitos educandários terão que estender o funcionamento até a segunda quinzena de janeiro.
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