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Professores debatem uso do inglês na escola

Nas últimas duas semanas, os professores de língua inglesa de Santa Cruz do Sul, das redes pública e privada, tiveram a oportunidade de se aprofundar na área com uma nativa do idioma. Mahima Singh nasceu na Índia e foi criada nos Estados Unidos, onde trabalhou como professora de inglês e teve contato com estudantes brasileiros. “Eu fiquei encantada com eles e essa foi a minha principal motivação para vir ao Brasil”, disse durante entrevista. Mahima não queria viajar ao País apenas a turismo e, por meio da Escola de Idiomas Schutz & Kanomata, surgiu a oportunidade de uma visita a trabalho, de cunho social: a escola bancaria os custos da viagem e Mahima trocaria seus conhecimentos em inglês com professores locais. Proposta que ela topou de imediato.

Durante uma semana, ministrou aulas gratuitas e em inglês, traduzidas pela intérprete Elsa Kanomata Schütz, para os professores da rede estadual. Nos encontros, falou sobre a criação e utilização de materiais didáticos autênticos, pronúncia e fonologia na língua inglesa, uso da tecnologia em sala de aula, níveis de aprendizado e a possibilidade de usar o mesmo material de diferentes formas em cada um deles e sobre a literatura no ensino do inglês. No dia 2, foi a vez dos professores da rede municipal. O minicurso condensou o mesmo conteúdo em cerca de oito horas, e aconteceu na sede da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec).

Sobre os profissionais com quem teve contato, as impressões foram positivas. “Os professores são muito motivados, pude notar que meu trabalho foi apreciado e também aprendi com eles, principalmente sobre a cultura e o contato humano”, ressaltou.

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Mahima também já lecionou na China e em Omã – País do extremo oriente da Península Arábica – e conta que existem muitas diferenças entre a educação desses países e a do Brasil, mas também há muitas semelhanças. “Na China os alunos são tímidos, quase não falam. Tenho que dizer que eles vão reprovar na minha disciplina para que comecem a conversar”, brinca. No Brasil, se deparou com um público mais falante e comunicativo. Segundo ela, mesmo que muitos brasileiros não falem inglês, a facilidade de receber as pessoas e a espontaneidade nas relações facilitam a comunicação.

Em Omã, ao contrário da China, onde as cobranças são muito severas quanto à educação, os alunos são bem menos responsáveis. “É um país muito rico, a educação é de graça e as melhores vagas de emprego ficam com os nativos de lá, então eles não estão preocupados”, explica.

No fim das contas, apesar das diferenças, Mahima acredita que estudantes são estudantes em qualquer lugar do mundo e que ser professor é sempre desafiante. Questionada sobre o que levará de bom do Brasil, a resposta é rápida: boas memórias. Ela adorou o Rio de Janeiro, onde esteve ao chegar, e adorou Santa Cruz também. Aqui, se sentiu bem acolhida e acredita ter vivido muito mais do que uma experiência profissional, mas uma troca de cultura e conhecimento.

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