“É preciso potencializar os ambientes virtuais que temos”. Foi com essa convicção que o professor do curso de Comunicação da Univates Fábio Luis Kraemer voltou de Barcelona. Na Espanha, no começo de julho, ele apresentou o resultado de sua pesquisa para o mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ensino na oitava edição do EduLearn, a Conferência Internacional Anual sobre Educação e Novas Tecnologias de Aprendizagem.
O tema de sua apresentação foi “O Fórum de Discussão como Estratégia de Ensino”. Kraemer mostrou como os processos interacionais em um Fórum de Discussão geram situações de aprendizagem colaborativa. Fábio Kramer é formado em Publicidade pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem pós-graduação em Marcas pela Unisc e é mestre em Ensino pela Univates e apresenta um olhar voltado ao mercado em suas aulas.
A partir disso, desde 2013, ele desenvolve essa metodologia em suas disciplinas nos cursos de Comunicação Social. “Quando cheguei na sala de aula, encontrei um ambiente em que a tecnologia estava nas mãos e ao alcance dos alunos, que já cresceram em um ambiente em que a tecnologia faz parte da vida deles. São os nativos digitais”, comenta.
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Entre pedir que desligassem telefones e computadores para ministrar as aulas ou mantê-los conectados, Kraemer fez a segunda opção. Por meio do Fórum de Discussão, defende o professor, é possível fazer com que ocorra um processo de aprendizagem mútuo, virtualmente. “Essa atividade tem a capacidade de envolver os alunos para além do horário regular da disciplina”, identificou ele na pesquisa de mestrado.
Ao longo do processo, Kraemer percebeu elementos facilitadores para aprimorar sua forma de trabalho. “Quanto maior for a interação entre os participantes da discussão, maiores serão as probabilidades de ocorrer situações de aprendizagem colaborativa. Tudo isso está associado ao que o filósofo francês Pierre Lévy estabeleceu como inteligência coletiva”, comenta.
Ao retornar para o Brasil, o professor do curso de Comunicação da Univates trouxe na bagagem a certeza de que não há como dissociar metodologia de ensino das tecnologias. O receio que teve no início, ao desenvolver seu primeiro fórum em uma turma de design, foi logo deixado de lado e, hoje, se consolidou ainda mais ao perceber, nas apresentações em Barcelona, que países como os Tigres Asiáticos estão na vanguarda da tecnologia e educação por trabalharem dessa forma. “O desafio para a educação é fazer a tecnologia ampliar o ambiente virtual da sala de aula. Eu acredito que isso, lá fora, no mercado, torna as coisas diferentes”, conclui.
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Em sua oitava edição, o EduLern reuniu professores, pesquisadores, tecnólogos e profissionais da educação em Barcelona, Espanha, de 4 a 6 de julho. Foram 700 participantes, de 70 países. O tema deste ano foi “Inspirando a aprendizagem através da tecnologia”. Na oportunidade pesquisadores compartilharam seus projetos e conhecimentos sobre metodologias de ensino e de aprendizagem inovadoras. O congresso contou com a participação de pessoas de diversas áreas: saúde, exatas, humanas.
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