Santa Cruz do Sul

Professor da Unisc visita museu na Alemanha para conhecer ações de combate ao aquecimento global

O aquecimento global tem sido tema recorrente em conferências mundiais, nas quais líderes discutem alternativas para diminuir os efeitos provocados pelos gases de efeito estufa, em especial as mudanças relacionadas ao clima. Tendo isso em vista, a cidade de Bremerhaven, no norte da Alemanha, criou o museu Klimahaus (Casa do Clima), como forma de chamar a atenção da população para o tema.

O professor de graduação em Sociologia Markus Erwin Brose, de 62 anos, foi conhecer o local no mês passado, durante viagem à Alemanha. O objetivo foi conhecer alternativas sustentáveis de preservação do meio ambiente que diminuam o aquecimento global. 

As ideias aplicadas por governos municipais alemães, como tratamento de esgoto domiciliar nas propriedades e geração de energia solar, vão fazer parte do projeto Agro e Clima, desenvolvido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).  

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De acordo com o professor, a cidade de Bremerhaven é responsável por uma das maiores economias da Europa, com destaque para seu porto, localizado à margem esquerda da bacia do Rio Weser. “O museu fica perto deste porto, e retrata paisagens que ficam ao longo da latitude número 8, que cruza o planeta como um todo. O ambiente simula ambientes frios, como do Polo Sul, e quentes, como do deserto, com uso de ar-condicionado.”

Brose em visita a uma das estações da Casa do Clima

Com essa imersão climática, Brose explica que o museu quer interagir com o público simulando essas mudanças no tempo para sensibilizar sobre o aquecimento global, e o que é possível fazer para diminuir esses efeitos. “Algumas ações muitas cidades da Alemanha já praticam há 20 anos, e são divulgadas no museu.” 

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Práticas sustentáveis ganham cada vez mais espaço na região

A plataforma Agro e Clima faz parte do programa de pós-graduação da Unisc. Conforme o professor Markus Brose, ela foi criada no ano passado e é composta com ações de sustentabilidade que já ocorrem no Rio Grande do Sul, como neutralização do carbono e seus produtos, ações de empresas, uso de painéis solares na região e sobre a primeira rodovia eletrificada do Estado, a RSC-287, que conta com pontos de abastecimento para carros elétricos.

“São ações que queremos divulgar para que as políticas municipais e estaduais busquem promover o desenvolvimento sustentável, nos próximos dez anos, visando o aquecimento global”, ressalta Brose. Ele frisa que algumas ideias práticas podem ser aplicadas no Vale do Rio Pardo. 

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“Em regiões de lá, o abastecimento de água é feito por empresas públicas municipais. A água é retirada de florestas plantadas pelo ser humano que asseguram os poços artesianos. E aqui, precisamos de mais árvores para a proteção das nossas nascentes”, explica Brose.

O professor observa que o sistema de tratamento de esgoto domiciliar é custoso no Vale do Rio Pardo. Ele conta que propriedades na Alemanha, especialmente na área rural, construíram seus próprios sistemas. “É uma área úmida, onde foi construído um ‘lago’ com rocha, areia e plantas aquáticas que limpam essa água. Essa tecnologia nós ensinamos aqui na Unisc.”

A ideia do grupo é poder contribuir com questões relacionadas ao aquecimento global. “Como universidade comunitária, a proposta é oferecer oportunidade de um diálogo amplo com soluções, como na produção de água potável, esgoto tratado e energia sustentável”, ressalta Brose.

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Porto de Bremen teve grande papel na migração

Próximo ao Museu do Clima, o porto da cidade de Bremen (assim chamada inicialmente), hoje Bremerhaven, foi o ponto de saída de milhares de migrantes rumo ao Brasil, em especial alemães e poloneses. A maioria dos registros desse fato ocorreu no período de 1875 a 1908. Esses registros estão no Museu do Migrante, também visitado pelo professor Markus Brose.

Ele comenta que o porto tem um papel importante na entrada e saída de produtos tropicais na Alemanha, como algodão e café. Mas, antes disso, teve grande importância no processo de migração da população alemã e de outros países da Europa.

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“A maioria dos migrantes foi para a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. O porto oferecia toda a estrutura necessária para as pessoas, como venda de passagens e alojamento. Estima-se que, no século 19, mais de 7 milhões de europeus saíram de Bremen. Uma grande parte também veio para a América do Sul, em especial na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina”, conta o professor.

Brose frisa que o museu escolheu retratar Santa Catarina por haver mais informações sobre a migração. “Boa parte dos migrantes desembarcaram em Florianópolis, então deslocavam-se para o interior do Estado e desciam para o Rio Grande do Sul. Também se sabe que muitos se deslocaram com navios, entrando pela cidade de Rio Grande, chegando em São Leopoldo. Assim, colonizaram outras partes do território gaúcho.”  

Quem é

Markus Erwin Brose é professor de graduação em Sociologia na Unisc desde 2016. Ele também ministra aulas de pós-graduação em Planejamento e Estratégias de Desenvolvimento. Antes foi bolsista na instituição, em 2015.

Brose nasceu na Alemanha e, ainda criança, veio morar com a família na cidade de São Paulo. Também residiu em Porto Alegre. Desde que é professor na Unisc, vive com sua família em Santa Cruz do Sul. Ele tem familiares na cidade de Bremerhaven, e, durante suas visitas na Alemanha, aproveita para conhecer novos lugares, como os museus do Clima e da Imigração.

Saiba mais

A Klimahaus foi construída em 2009, em uma área de 11 mil metros quadrados, na cidade de Bremerhaven. No museu, o visitante pode conferir as mudanças climáticas em uma exposição interativa. É possível ter a sensação de visitar diversas regiões e paisagens do planeta, indo dos 6 graus negativos da Antártica até os 35 graus do deserto africano.

A partir do porto, milhares de alemães saíram rumo ao Brasil

A Casa do Clima é dividida em nove estações, e possui arquitetura arrojada com aparência de um imenso bote inflável. Seu nível de emissão de dióxido de carbono é próximo de zero. Dentro do museu, o público percorre um trajeto de 1,2 quilômetro, onde aprende como o clima influencia a vida e quais as consequências das mudanças climáticas. O museu custou 100 milhões de euros para ser construído e foi projetado de forma ecologicamente correta. 

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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