Em início de carreira, um professor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem, em média, uma remuneração anual de US$ 29,8 mil (R$ 110,8 mil). No Brasil, o valor pago a esse docente é de US$ 12 mil, ou 40,2% do salário pago ao mesmo profissional nas 34 economias mais desenvolvidas do mundo. Países como Dinamarca e Suíça chegam a pagar mais do que o triplo da média nacional.
A comparação é feita entre a remuneração inicial do docente nesses países e o piso salarial do professor no Brasil, fixado em lei federal. Em ambos os casos, o professor leciona em turmas de anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Os dados, de 2013, estão em relatório anual da OCDE -organização de nações desenvolvidas- divulgado nesta terça-feira, 24, com indicadores sobre estrutura, financiamento e desempenho da educação em 46 países. O documento pondera que os salários pagos no Brasil podem sofrer grandes variações a depender do Estado e município brasileiros.
Presidente do Inep (instituto que fornece os dados nacionais para a OCDE), Chico Soares destaca que a remuneração do professor sofreu melhoria expressiva a partir da definição de um piso nacional. “Desde que ele começou [em 2009], professores tiveram ganho real de 45%. Isso nos coloca numa posição mais confortável”, afirma. Ele argumenta ainda que a comparação é feita com nações mais ricas e desenvolvidas, com maior histórico de investimento em educação. “O Brasil fez parte importante do dever de casa dele, que foi colocar mais dinheiro na educação. Nosso problema é que passamos a fazer isso recentemente”, diz.
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De acordo com o relatório, do total de gasto público do Brasil, 17,2% são destinados à educação. O percentual é superado apenas por outros dois países, de um total de 46 listados (a média da OCDE é pouco abaixo de 12%). Ao mesmo tempo, o gasto público por aluno no país continua modesto em comparação às demais nações: esse desembolso anual é de US$ 3.441 no Brasil e quase três vezes maior nos países da OCDE (US$ 9.317).
ESCOLARIDADE
O documento cita avanços na escolaridade dos brasileiros -mas indica que o país está em patamares ainda muito baixos em comparação com os membros da OCDE. De acordo com dados de 2013, por exemplo, 28% dos brasileiros entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio.
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Entre os mais jovens (25 a 34 anos), o percentual sobe para 61%. Apesar desse avanço, 14% dos brasileiros entre 25 e 64 anos concluíram a etapa seguinte, de ensino superior. Na OCDE, essa média é de 34%. “Estamos acelerando o passo, mas é uma dívida muito grande. Sim, falta muito. E sim, fizemos muito”, afirma o presidente do Inep.
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